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Virei-me lentamente, desviando meu olhar para trás, enquanto uma brisa suave acariciava meu rosto. Com a mão trêmula, limpei as lágrimas que escorriam por minhas bochechas. 

Eu- Número treze? -Sussurrei, mal acreditando no que via. Dessa vez, ele não estava com sua expressão perdida. Seus olhos mostravam preocupação e seus cabelos grudavam em sua testa suada. Ele parecia ofegante, como se tivesse corrido até ali. Caminhou na minha direção, ajoelhando-se lentamente ao meu lado. Enquanto observava a torre destruída, tentou reerguê-la. Incrédula, fechei os olhos por um instante, tentando processar toda aquela situação.

Eu- Pare com isso. Uma torre como esta não pode realizar o meu desejo. -Limpei uma lágrima solitária que escapara sem que eu percebesse.

Eu- Pensei que poderia mudar, mas eu não sou capaz disso. -Confessei com um nó na garganta, sentindo a tristeza pesar sobre meu coração.

Eu- Me desculpe por te obrigar a fazer isso. Vou aceitar minha vida como uma mera figurante, machucada e prestes a morrer, em paz. Agora, você pode seguir com a sua vida. -Me levantei, o deixando sozinho ali. Caminhei lentamente para longe, com lágrimas prontas para escorrerem por meu rosto.

Número treze- Danoh-yah. -Sua voz suave sussurrou meu nome, o suficiente para que eu ouvisse, paro de andar.

Virei-me para encará-lo. Ele estava de pé ao lado da torre reconstruída. Ainda ofegante, ele passou a mão pelos cabelos, afastando os fios molhados de seu rosto. Seu sorriso lateral revelou a felicidade por me ver surpresa.

Eu- O que você disse? -Perguntei relutante e querendo confirmar o que ele havia dito.

Número treze- Seu nome, Eun Danoh. -Nos encaramos em silêncio, eu não sabia como agir naquele momento.

Eu- Você lembra de mim? -Perguntei com esperança brotando em meu peito. Ele abaixou a cabeça brevemente e depois a ergueu novamente, assentindo afirmativamente. Ele abaixou a cabeça e então a levantou novamente e balançou a cabeça positivamente.

Número treze- Sim, eu lembro. -Respondeu, soltando uma risada nervosa que transmitia sua própria surpresa por se recordar de tudo.

Aquela risada foi um momento único, a primeira vez que testemunhei Número Treze rir. Era um som leve e contagiante, que preenchia o ar e eliminava as nuvens de tristeza ao meu redor. Naquele momento, senti minha esperança renovada, uma chama que se acendia em meu coração.  

Eu- Então, você está realmente consciente? -Virei-me para ele e, quase como se estivesse falando comigo mesma, perguntei.

Era difícil acreditar que ele agora parecia ter algo importante a dizer, algo que ia além de seu papel no roteiro. Percebi que seus olhos estavam vivos e brilhantes, uma aura de protagonista.

Número treze- Eu lembro de todos os momentos que passamos juntos. E também tenho conhecimento sobre este mundo. -Seus olhos penetrantes encontraram os meus, e senti meu coração acelerar diante dessa revelação. Senti-me constrangida diante dessa informação, então ele devia se lembrar dos meus momentos vergonhosos tentando interagir com ele.

Eu- Você sabe disso também. -Um sorriso fraco se formou em meus lábios enquanto desviava o olhar para o chão.

Número treze- Me desculpe por não ter mudado seu palco. -Levantei o olhar até seu rosto, ele me encarava profundamente e me senti um pouco constrangida.

Eu- Está tudo bem. Eu fui insistente demais com isso durante muito tempo.

Número treze- Nós não fomos tão longe, ainda podemos tentar. -Fiquei em silêncio por um tempo.

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