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Eu- Olá, lembra de mim? Não não, dificilmente ele lembraria. -Já era o outro dia, caminhava pelo corredor em direção à sala de aula, com os pensamentos girando em torno desse rapaz misterioso. Se ele realmente tinha o poder de mudar o meu destino, eu sabia que nossa reunião era inevitável.

Ele não tinha um nome, uma função específica ou até mesmo uma configuração clara, mas o escritor que o criou tinha caprichado nos detalhes. Era como se ele tivesse saído diretamente de um sonho.

Eu- Ele realmente fez meu coração bater mais rápido. -Checo meus batimentos cardíacos com o meu relógio. Meu coração bate mais rápido só de pensar em encontrá-lo novamente.

Eu- Posso agir de maneira mais tímida como ... Olá! -Ofereci minha voz suave e delicada, deslizando os dedos pelo cabelo e colocando-o atrás da orelha, numa tentativa de parecer encantadora.

Eu- Hum... E de uma forma fofa e exagerada? Olá! -Enfino mais a voz de uma forma exagerada e faço um sinal estranho com a mão.

Eu- Não. Eu vou acabar assustando ele desse jeito. E se eu o cumprimentar com uma forma legal e despojada? Como... Hello! -Falo animada e acenando com as mãos como se estivesse alguém á minha frente.

A expectativa de reencontrar aquele figurante misterioso me deixava cada vez mais animada. Será que ele se lembraria de mim? No entanto, um pensamento preocupante me ocorreu: como eu o encontraria se nem mesmo sabia em qual turma ele estava? Teria que vasculhar todas as salas de aula? Essa ideia me deixava um pouco desanimada, mas não desistiria facilmente.

Concentrada em meus pensamentos, caminhava pelo corredor até chegar à porta da sala de aula. Prestes a abri-la, fui surpreendida por alguém que chegou mais rápido e abriu a porta antes de mim. Virei-me rapidamente para ver quem era e lá estava ele, o garoto que eu procurava. Meus olhos se arregalaram de surpresa e apontei para o seu rosto, quase sem acreditar.

Eu- Você... Era da minha turma? Como eu não percebi? -O observei atentamente. Ele me olhou como se aquele fosse seu único propósito de vida. Sorri nervosamente e indiquei a porta aberta atrás de mim.

Eu- Ah. Pode entrar! -Dei espaço para ele passar, mas ele continuou me olhando. Envergonhada com essa troca de olhares, aponto com a cabeça para dentro, ele abaixou a cabeça, apertou as alças da mochila que estava em suas costas e me obedeceu, entrando dentro da sala.

Eu- Eu realmente treinei pra quando eu fosse falar com ele para apenas falar isso? -Bati na minha própria cabeça me sentindo idiota. Entro na sala de aula, coloco minha mochila em minha carteira e com o canto do olho procuro por ele. Logo o avistei, sentado na carteira ao lado da janela. Lembrei-me de que foi ali onde encontrei aquele caderno misterioso. Será que ele era o talentoso desenhista por trás daqueles belos traços? Ele era bonito e ainda desenhava bem! Um sorriso se formou em meus lábios enquanto eu me dirigia à carteira do professor, onde a lista de alunos estava. Folheei algumas páginas até encontrá-lo.

Ele não tinha um nome específico, mas era o número treze da nossa turma. Decidi que poderia chamá-lo assim, pelo menos por enquanto.

Eu- Número treze... Te chamarei assim. -Sorri de lado, lembrei-me do caderno e fui para a minha carteira busca-lo.

Procurando entre meus pertences, logo o encontrei. Respirei fundo para acalmar os nervos e me aproximei dele, estendendo o caderno em sua direção.

Eu- Isso é seu, né? -Ele olhou para o meu rosto e depois para o caderno em minhas mãos. Ele olhou por alguns estantes e então o pegou, logo o abrindo para ver o que havia dentro.

Com a satisfação de ver o caderno em suas mãos, sentei-me na carteira à sua frente e olhei para ele de maneira amigável.

Eu- Olá! Você lembra de mim? -Ele desviou o olhar do caderno para mim, sem demonstrar nenhuma emoção.

Haru Found By ChanceOnde histórias criam vida. Descubra agora