Estrangeira

Capítulo 05

[Narração Atena]

– Quem é você? – Pergunto em árabe, ao lado dela tem uma mulher de pele clara, olhos verdes e cabelos pretos, vestia roupas boas também mas não tão boas quanto a da outra mulher.
– Para uma estrangeira até que você fala bem. – Ela me responde.
– Você não respondeu a minha pergunta. – Digo novamente.
– Essa é minha dama de companhia Úrsula e eu sou a esposa do Sheik Luan, meu nome é Jasmin. – Ela diz.
– E porque você está aqui? – Pergunto.
– Vim ver quem é a amante do meu marido. – Diz.
– Não sou amante de ninguém e vá embora. – Digo tentando fechar a porta mas ela coloca o pé me impedindo.
– Achei que fosse uma beleza rara para deixar ele tão maluco mas olhando agora você é tão comum. – conclui.
– Mas se veio até aqui é porque se sentiu ameaçada não é? Se deu ao trabalho de sair do seu luxo. – Digo.
– Sua..– A dama de companhia dela começa mas é impedida por ela.
– Fique aqui fora Úrsula, eu e essa estrangeira vamos conversar. – Afirma praticamente invadindo o meu quarto e fechando a porta atrás de si em seguida.
– Ele sabe que está aqui? – Pergunto e ela sorri.
– Fique longe do meu marido. – Afirma.
– Eu não tenho interesse nele, pelo contrário devia dizer a ele para ficar longe de mim. – Digo séria.
– Sei bem o tipo de mulher que você é? Se faz de difícil mas só quer dinheiro. – Afirma e eu juro que tento me segurar mas lhe acerto um tapa no rosto.
– Se na sua terra ofender uma mulher desse jeito é normal, na minha não é! – Digo com raiva, ela coloca a mão no rosto. – E eu também sei que tipo de mulher você é, aquela que tem medo de perder, não o marido mas o dinheiro dele. – Afirmo irritada.
– Você vai pagar por isso. – Ela diz apertando uma mão na outra.
– Então me procure quando eu tiver que pagar a dívida. – Digo indo até a porta e a abrindo.
– Saia do meu quarto. – Digo direta e bufando ela sai, o rosto avermelhado ainda por conta do tapa.

[Narração Luan]

Saio daquele país em direção ao aeroporto mas antes que embarcar recebo uma ligação.
– Senhor, você me disse que era para eu ligar caso algo acontecesse. – Lara afirma, a criada, sim, eu havia dado um celular para ela com o meu número.
– O que aconteceu? – Pergunto.
– Sua esposa foi até a pousada onde Atena está hospedada, demorou cerca de meia hora não pude ver o que aconteceu mas depois que ela saiu viu Atena saindo com raiva e caminhando em direção as dunas do deserto, ficou lá desde então, sentada pensando em um tijolo.
– Estou a caminho, do aeroporto vou direto para a pousada. – Concluo e depois de um "Sim senhor" finalizo a ligação, que merda Jasmin estava fazendo? Eu podia casar quantas vezes eu quisesse, o que passa pela cabeça daquela mulher?!
Assim que o avião pousa eu entro no carro, Rael leva minhas malas para casa em um outro carro, não chegou a entrar no hotel pois a vejo sentada em uma oedra na frente dele, olhava para a feira agitada a poucos metros de distância, desço do carro e quando ela me vê vira o rosto.
– Eu sei que me odeia mas é tão grande assim esse ódio que não pode nem olhar? – Pergunto.
– Não odeio você, ainda não. – Afirma se levantando.
– Eu sei que Jasmin te procurou, o que ela queria? – Pergunto e ela ergue o olhar para mim, finalmente.
– Que eu devia ficar longe do marido dela e ela tem razão, mas não sou eu o problema e sim você que fica vindo aqui me procurar. – Diz séria.