Capítulo 10

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[Narração Atena]

Eu andava de um lado para o outro no meu quarto treinando o que eu diria ao Luan, ele me atraia, isso já era mais que óbvio mas jamais poderia ter algo com ele sendo casado, nunca deixaria meu irmão aqui e nunca aceitaria ser a outra por mais que ele mexesse comigo eu colocaria um ponto final hoje assim que ele me achasse porque eu sei que ele acharia.
Meu celular toca e imagino ser ele mas..
– Atena, cunhada! – Amélia chora do outro lado da linha.
– Amélia, o que houve? – Pergunto sentindo meu coração acelerar, aquele sensação ruim tomando conta de mim.
– Gustavo sofreu um acidente de carro enquanto voltava para casa hoje, por favor Atena, venha até o hospital, não vou conseguir ficar aqui sozinha, deixei Diogo com a minha mãe. – Súplica, Diogo era o meu sobrinho
– Eu estou indo! – Digo desesperada, meu corpo tremia, meu coração vatia rápido, fui o mais rápido que posso até o hospital e quando chego lá encontro minha cunhada chorando sobre um corpo com um lençol em cima.
– Amélia..– Chamo e quando ela me olha eu entendo a situação, eu o perdi, eu fiquei sozinha no mundo, eu..
– NÃO! NÃO! NÃO! POR FAVOR! EU NÃO VOU AGUENTAR! NÃO! – grito, minha garganta doía, minhas pernas fraquejam e caio de joelhos no chão, nunca senti tanta dor, nem quando perdi meus país, aquela era sufocante.
– Eu fiquei sozinha..– Choro, olho aquele lençol e sem forças para levantar engatinho até lá puxando o lençol que cai no chão mostrando o corpo do meu irmão, Amélia chora junto comigo.
– Você não podia ter me deixado! Eu precisava de você! Só tinhamos um ao outro lembra? – digo entre os soluços, a garganta queimando.

Estou sentada no corredor com a cabeça entre as pernas, dentro de uma das salas preparavam o corpo do meu irmão que seria levado para o iml e depois enterrado, mas eu não conseguia me mexer, não conseguia sair dali, meu corpo tremia demais.
Meu celular toca e atendo no automático, não pensava, nem queria e meus olhos encharcados embaçavam a minha visão.
– Alô.– Digo em um sussurro.
– Eu só quero te ver, pode me dizer onde está? – Era ele, Luan.
– Eu estou tão acabada que nem te afastar no momento eu consigo, mais que isso, estou tão acabada que só de tentar me mexer eu caio. – Digo em um fio de voz.
– O que aconteceu? Fala comigo pêssego, me diz onde você está! – Pede.
– Hospital municipal de São Paulo. – Afirmo.
– Hospital? Está machucada? – Pergunta gentilmente.
– Estou, quebraram a minha alma. – Digo voltando a chorar.
– Estou indo linda, não sai dai. – Afirma e eu desligou deixando o celular cair da minha mão, não sei como ele chega tão rápido mas chega, vem até mim e se abaixa na minha frente me puxando para o seu colo, depois fica de pé, coloco a cabeça em seu ombro e choro.
– Eu fiquei sozinha, não tenho mais ninguém. – Digo molhando a roupa delr com minhas lágrimas.
– Nunca te vi tão frágil, me xinga, me afasta, me manda embora, só não chora pêssego, isso é me machuca. – Ele sussurra.
– Me leva pra minha casa, tenho que descansar porque de madrugada é..– Engulo em seco. – O velório do meu irmão. – afirmo me afogando novamente naquela dor, a alma quebrada.

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