Capítulo 40 - Onde Nascem As Flores Part. XVIII

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Onde Nascem As Flores Part. XVII

"Com um começo meio e final, sempre haverá histórias porém eu prefiro dar fim à minha a ter que ler os tristes finais de quem amo. E essa certeza não me matava por dentro, mas de alguma forma me deixa feliz. Aquele talvez fosse meu dever, morrer para proteger. E eu o faria sorrindo, o destino que eu aceitaria de bom grado, sempre aceitei."
— O Brilho Vermelho da Vida De Um Shinobi.



"Então eu aceitei de bom grado qualquer morte pelas minhas mãos se fosse para proteger Konoha."


                                  Kakashi sempre dizia aquela frase antes de qualquer missão, ele jamais se arrependeria de fazer o que fosse necessário para proteger Konoha.

Não, ele jamais se arrependeria, jamais se arrependeu, em nem um momento, em nenhum único segundo.

Mas o coração do Hokage de Konoha ameaça parar, não diante da tortura que ele recebia a cada minuto.

Não era dor física que o matava, não era os gritos para que ele entrega-se tudo de Konoha e segredos de outras vilas.

Não eram os cortes profundos nos braços e nas pernas que derramavam seu sangue pelo chão do lugar frio e úmido.

Não eram as inúmeras vezes em que seus braços e pernas foram quebrados e recolocados no lugar, lentamente.

Também não era Shin gritando para que ele se ajoelha-se, não era a maneira como ele mesmo segurava uma Kunai contra seu olho, com o único braço que havia sobrado daquela luta deles a anos.

Não era o veneno que era posto no seu corpo a cada hora, que o fazia vomitar as tripas e não conseguir acessar absolutamente nada do seu chakra.

Definitivamente não era nada aquilo.

Kakashi poderia aguentar aquela tortura por horas, dias e até meses antes de morrer.

Mas o que doía de verdade, o que o fazia tremer ao ponto de Shin gargalhar era quando Aru surgia, e Shin lhe grunia aquelas ordens.

Era delas que Kakashi tinha medo, medo de verdade.

— De novo Aru, tire as memórias dele, as mais preciosas e descubra os segredos das outras vilas. Em alguns horas um grupo vai para Iwagakure. Kakashi com certeza sabe como entrar.

— Vou tentar, quantas horas? — Aru ainda tinha aquele sorriso, um Maldito sorriso de um desgraçado.

— Duas horas no máximo, — Shin voltou o olhar para a variedade de facas e kunais sujas de sangue em cima de uma mesa de metal, — depois do último ataque eles melhoraram a segurança, não vou ariscar um grupo inteiro e estoque de três meses de veneno por uma informação de um shinobi de baixo escalão.

Aru analisou a mesa também, a túnica branca que sempre vestia era uma piada ao clã dos Ishimui, velhos curandeiros que propagavam a paz.

Aru voltou aquele olhar para Kakashi, que respirava com dificuldade, o sangue fugindo do rosto e a cor dos rosto.

A roupa do homem cobria o corpo inteiro, os cabelos pretos pareciam recém cortados quando ele deu um passo a frente, sem se importar com o sangue.

— Farei meu melhor, meu senhor.

— Tire tudo que ele é, mude tudo. E não me decepcione.

E Shin saiu, com a manga do braço esqueço oscilando ao vento, um braço que deveria estar ali mas Kakashi o havia arrancado.

O Último Uchiha E A Flor De CerejeiraOnde histórias criam vida. Descubra agora