Blood Communion

Entrée

Vou dar alguns avisos importantes e peço que leiam com amor e carinho antes de partir pra história :)

1º - Esse é um dark romance, ou seja, não é uma coisa saudável, possui gatilhos e estando todos cientes disso, por favor não tentem problematizar uma coisa que já está avisado que é problemática.

2º - Possui violência gráfica, detalhes de assassinato, cenas de crimes e descrições detalhadas de tortura, entre outras violências físicas e psicológicas.

3º - Tenho um canal no youtube e um perfil no tiktok onde posto os trailers de cada fanfic que escrevo (eu sei que isso já saiu de moda, mas eu sou idosa gente, dá um descontinho pra tia)

https://www.tiktok.com/@taypiih e https://www.youtube.com/channel/UCNFv6h7v2ZI9hcdqwTAdxag

Por fim, aproveitem a história :)

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O relógio não possuía ponteiros, mas marcava a alvorada de maneira holográfica, um luxuoso globo feito com magia que indicava em tempo real que o sol já estava na posição equivalente às sete da manhã. A cozinha da mansão estava tomada por um cheiro que fazia a boca da sua telespectadora salivar. Edmund apreciava a culinária, era seu prazer pessoal cuidar de cada passo do preparo das suas refeições e geralmente fazia uma quantia maior, rendendo um generoso café da manhã para a jovem governanta que sempre sentava do outro lado do balcão e admirava cada detalhe. Ele se divertia com isso, tinha que admitir. Por mais que parecesse sequer notar a presença de sua admiradora, Eddie sabia que a mulher olhava para sua mão cortando as frutas e fantasiava ser tocada por ele com a mesma firmeza que a mão segurava a faca e agia com precisão. As vezes fazia gestos sugestivos quando estava inspirado a testar até onde ia a imaginação e o autocontrole, tinha certeza que conseguia provocar um orgasmo nela só de preparar uma simples massa caseira.

─── Delilah? ── por mais que tivesse chamado com a voz suave, a mulher deu um pequeno pulo de susto por ter sido quebrada do transe. Esboçando um sorriso sem graça, a bela moça acenou com a cabeça para mostrar que estava atenta novamente e o rubor tomou suas bochechas quando viu o sorriso do seu mestre ── Prefere chá ou suco?

─── O que você acha mais adequado com... perdão, o que é isso? ── apontou para o prato onde as frutas picadas foram depositadas

─── Chama baklava, é um doce do meu mundo. Feito com nozes, mel, canela e uma massa leve. Acredite, é tão delicioso quanto nutritivo ── foi cuidadoso ao colocar o prato diante dela, nada de talheres dessa vez ── Eu recomendo que acompanhe com o chá, ele complementa o sabor com a maçã e o cravo.

─── Oh, sem carne dessa vez? Geralmente começa o dia com tanta proteína ── Delilah aguardou os talheres serem colocados, mas não aconteceu nada. Edmund deu um sorriso ladino ao perceber que ela ainda estava aguardando um garfo ou algo adequado, preferiu mostrar ao invés de falar como deveria comer.

─── A carne acabou, mas comprarei quando voltar do trabalho ── ele pegou a baklava com a mão e mordeu, foi um choque para a mulher já que esperava algo mais requintado. ── Esse tipo de comida se come com a mão. Vá em frente, prove.

A governanta imitou o gesto, saboreou o doce, o chá, tentando fingir que tinha um paladar sensível para impressionar o mestre. Edmund a observou com as sobrancelhas arqueadas, estava aguardando com ansiedade a resposta e teve um afobado aceno com a cabeça como sinal de aprovação. O sorriso carismático do rapaz tornou a deixar o rosto da jovem avermelhado e os olhares pararam de se encontrar quando ambos decidiram focar na refeição.

Edmund pegou o jornal, logo na primeira página havia uma notícia que poderia tirar o apetite de alguém com estômago sensível ou com a saúde mental fragilizada. Outra vítima fora encontrada naquela madrugada e a imprensa não perdeu tempo em estragar a manhã de qualquer cidadão narniano que só queria passar uma semana inteira sem ler a manchete que causava calafrios: "Nova vítima de Shapeshifter foi encontrada". Encontrada. Esse termo fazia Edmund quase rir de desgosto por usarem uma palavra tão inadequada, como se a guarda real tivesse realmente procurado. Shapeshifter deixava suas vítimas expostas, ele montava o palco para exibir seu crime com orgulho como se todos fossem privilegiados por verem sua obra de arte mórbida.