Diatribes

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Eu sei que demorei, por favor não me batam. Os capítulos são longos, demandam um tempo e dada a complexidade do rolê de pesquisar pinturas, referências e afins, acabo tendo um trabalho aí no processo de escrita.
Vamos aos avisos pra não enrolar vocês:
Eu fiz algumas estéticas durante o processo de montagem do roteiro, porque assim teria uma boa base pra descrever os lugares, saber dividir os reinos e até pra me situar nos cenários. Decidi compartilhar com vocês, caso tenham interesse em ver como é mais ou menos certos ambientes. Então se tiverem curiosidade ou só quiserem ter uma forma mais fácil de imaginar como são certos pontos, vou deixar o link da pasta do pinterest aqui:  https://pin.it/6xbi10R

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Assim como o quarto de Edmund, a suíte de Caspian raramente era usada para dormir. Cama intocada, porém o resto tinha uma bagunça semelhante ao que viu no quarto de Pevensie. Muitos livros, os temas eram, em maioria, diferentes dos que o outro vampiro consumia. Mapas estavam presentes aos montes também, tanto completos quanto inacabados, mostrando que ainda existia um espírito navegador em Caspian e sua perícia em geografia era admirável. Notava-se também um detalhe curioso na paleta de cores do cômodo, era muito comum que vampiros usassem paletas mais escuras para evitar que o sol refletisse demais já que além de ser algo letal, também incomodava os olhos a claridade em excesso. As paredes eram pretas, um tom chumbado que não causava uma escuridão absoluta. O piso era de madeira clara, mas não tanto ao ponto de potencializar a iluminação diurna que escapasse por baixo das grossas cortinas, era exatamente no limite possível para ser claro. Nas paredes e teto havia detalhes dourados minimalistas que tornavam o ambiente luxuoso e não fúnebre como era comum em casas de espécies noturnas. Todo o palácio tinha esse toque, um cuidado nos detalhes que tornavam o ambiente escuro, porém glamuroso, o que mostrava que Caspian detestava escuridão absoluta e morbidade, conseguia trazer vida como se conseguisse captar a beleza nas limitações da própria espécie. Nada ali mostrava uma saudade melancólica da vida humana – tal como era comum em vampiros após certos anos – e sim adaptação, conformidade. A mobília do quarto tinha tons de branco, cinza claro e verde oliva.

Comumente o cômodo era quieto por haver apenas Caspian nele, dessa vez estava ainda silencioso, diálogos não ocorriam mesmo que fosse uma rara ocasião onde havia alguém acompanhando o rei. Foi uma decisão mútua feita silenciosamente, pensaram igual quando estavam na cena do crime: precisavam sair de lá antes que fossem vistos por jornalistas, guardas ou algum curioso. O fato de que quase todas as vítimas eram encontradas ainda de madrugada deixava mais do que claro que não podiam continuar ali aos beijos, logo, foram para o palácio em Telmar.

Se alguém muito curioso passasse pela porta do quarto do rei ouviria estalos dos beijos, suspiros e, vez ou outra, uma risada rouca por ter sido tocado em um ponto crucial do corpo que causasse arrepios. Por mais que os dois nunca tenham se tocado antes, sabiam perfeitamente onde beijar, morder e até o que sussurrar para ter uma reação de rendição. A cama virou um ringue de disputa por dominância, as posições trocavam a todo instante, naquele momento em específico Edmund estava por cima, segurando os pulsos do telmarino acima da cabeça como se isso fosse garantir que ele não saísse do lugar. Beijos eram depositados no pescoço, criavam uma trilha tortuosamente lenta desde abaixo da mandíbula até o ombro direito, chegando ali começou a sentir que Caspian já mostrava sinais de que iria escapar do aperto e mudar a posição, mas desistiu quando sentiu os lábios descerem pelo torso despido. Notando essa desistência, Edmund sorriu erguendo o olhar de encontro para o vampiro, somente por ver aquele sorriso e aquele brilho malicioso nos olhos fazia Caspian sentir a ereção chegar ao ponto de ser dolorosa. Cada beijo depositado em seu abdômen arrancava arfadas, Edmund queria ser mais letárgico, divertir-se com a angústia alheia, mas não resistiu e deslizou a mão para dentro da calça. Bastou somente tocar, uma mínima pressão, e Caspian gemeu em rendição como se há séculos não tivesse sido tocado, o som do gemido era um deleite para Pevensie e, sorrindo satisfeito, raspou os dentes de forma provocante pouco acima do ventre para provocar arrepios.

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