Psychosis

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Oioi! Quero primeiro pedir desculpas pela demora, eu me empolguei com the forgotten, confesso, mas também precisei fazer algumas pesquisas pra ter certeza de que não ia pisar na bola com algum erro grave no arco do Isaac. Bom, em segundo, quero esclarecer para evitar confusão na leitura que esse capítulo tem um joguinho entre flashback e presente. Não tem segredo, os flashbacks vão ficar sempre marcados no topo com as datas e quando vier o divisor de texto é porque voltou ao presente. (senti a necessidade de explicar pq morri de medo de ficar confusa demais a leitura). Por último, esse é o penúltimo capitulo da história e espero que o desfecho tenha atingido as expectativas de vocês :)

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TELMAR, 4 ANOS ATRÁS

Amara amava usar perfumes frutados, era vaidosa constantemente, mesmo quando sabia que ficaria o dia todo em casa ela se arrumava antes de descer para tomar café. Sua maquiagem era perfumada, espirrava a fragrância na escova de cabelo para deixar o cheiro suave nos fios dourados, estes longos e ondulados formando uma cascata dourada que quase cobria suas costas por completo. Suas roupas tinham seu cheiro e Isaac apreciava aroma nas peças enquanto estava escondido no armário da irmã, a espiando se aprontar após o banho. Amara tinha uma cicatriz em seu quadril, decorrente de um tombo que levou no banho dois anos atrás e rendeu um corte na porcelana da banheira. Apenas ele sabia disso, ninguém conhecia melhor o corpo dela do que ele.

"Isaac!"

Ouviu sua mãe chamar, estava aflita com algo. Ele não podia dizer nada, não podia sair, ou iria chatear Amara. Aquele era o jogo deles, assim ele acreditava, eram amantes em segredo e durante o dia agiam que não. Tinha certeza que Amara escrevia em seu diário sobre as visitas ousadas que fazia no quarto do irmão durante a noite, quando ali se tornavam amantes até uma hora antes de seu pai acordar.

"NÃO VAI PROTEGER AQUELE DOENTE DE MERDA!"

Agora era seu pai que gritava, dava para ouvir os passos fortes no corredor. Estava se aproximando. Amara resmungou pelo barulho, Isaac sorriu, tinha certeza que ela estava falando com ele.

A porta do quarto abriu violentamente, a garota pulou de susto e virou-se assustada, achou que receberia uma bronca de seu pai. Ela tinha algo a esconder, isso era verdade, mas não era o que seu irmão acreditava se tratar.

─── Papai, o que aconteceu?

─── Ele está aqui, tenho certeza!

─── Q-quem?!

─── Seu irmão!

─── Isaac está aqui?! ── Amara olhou ao redor do cômodo automaticamente, buscando sinais da presença de seu irmão.

Seu pai entregou o diário do irmão para que ela pudesse ver o conteúdo. Desenhos seus em muitos ângulos, sempre despida ou com o mínimo de peças possíveis. Ela levou a mão aos lábios, pálida, e tamanho foi seu choque que atirou longe o diário, com uma repulsa que Isaac não entendeu o porquê disso.

─── Ele tocou em você? ── sua mãe questionou parada na porta, estava temerosa pela vida do filho, ao mesmo tempo chorava silenciosamente acreditando ser culpada por tudo aquilo.

Amara negou rápido com a cabeça, seus olhos já transbordavam lágrimas também. Isaac tentou recuar para trás das roupas, os vestidos eram longos o bastante para escondê-lo, mas não contava com uma presilha caída que estalou quando foi pisada. Todos olharam na direção do armário e Isaac sentiu seu estômago colar no fundo, seu corpo esfriou por inteiro, mas mesmo assim arriscou se esconder.

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