Cartas à Mesa

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Alô, alô. Peço desculpas pela demora pra lançar esse capítulo, não deveria demorar tanto considerando que ele é uma finalização da introdução, mas o mind game não foi fácil de desenrolar e ainda tinha que distribuir entre escrever, estudar por conta do meu trampo e estudar assuntos pra fanfic (vocês acham que é fácil essa vida de fanfiqueira? é não rapá, tem que ser phd em psicologia e anatomia nesse negócio), mas eu prometo que vou manter uma meta de lançar um capítulo por semana e caso tenha atrasos maiores aviso vocês.

Aliás quero também deixar avisado que esse segundo arco pode ficar menor, calculei na faixa de 7 à 1o capítulos, então vocês vão ter uma noção melhor do andamento da história. Mesmo que tenha o mind game, relaxem porque o foco dessa segunda temporada é o desenvolvimento do casal enquanto resolvem todo o B.O.

Boa leitura e espero que gostem :)

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Era verão em Nárnia, o que significava para muitos como uma estação belíssima por ter um céu impecavelmente azul, um sol que banhava as cidades do reino com força total e assim destacava o traço etéreo que a límpida arquitetura tinha, mas nada se comparava a grande Capital, que de todas as cidades era a mais privilegiada nessa estação por representar a glória do maior reino do mundo mágico, "digna de fazer o próprio Sol invejar tamanho esplendor" como muitos escritores e poetas narravam em suas obras. Para outros – os mais pragmáticos – essa estação era sinônimo das chuvas mais aterrorizantes, que serviam como um recado de que apesar de ser um reino tão belo que exalava pureza, também era um reino que poderia reduzir seus inimigos ao pó tal como os raios das tempestades faziam com árvores imensas. Durante o retorno do quarteto ao palácio uma dessas chuvas iniciou, os raios iluminavam o céu enevoado e causavam terror até em adultos, mas aparentemente entretinham Aimée, que olhava pela janela da carruagem com encanto a paisagem enquanto os adultos conversavam sobre o ocorrido com Peter.

Edmund confessou internamente que sentiu falta das carruagens de Nárnia, não balançavam graças ao desenvolvimento de feitiços amortecedores e as ruas perfeitamente planas. Pode-se dizer que não perdiam para carros do mundo humano, por isso nunca houve uma necessidade de mudar o transporte. O mais próximo que tinham de algo da Terra eram os bondes, que serviam como transporte gratuito e coletivo.

─── Como tem tanta certeza de que não matou aquelas pessoas? ── A pergunta de Caspian não soou acusatória, mas Peter por um instante enrijeceu o rosto de forma involuntária.

─── Antes era uma certeza, mas quando senti o cheiro do sangue naquela prisão uma memória veio, não é tão clara, mas o bastante para recordar que naquela noite eu senti cheiro de sangue, um cheiro muito forte.

─── Pode ter sido após o ataque ── Edmund ressaltou também com calma, mas Peter ficou mais tenso e fuzilou o irmão com o olhar ── Peter, não estamos acusando você, acontece que suas memórias estão confusas e se for preciso dar algum depoimento vão considerar todas essas hipóteses.

─── Por que não checam a memória no sangue dele? ── Aimée indagou num tom automático, ainda vidrada na paisagem fora da carruagem.

─── Eu tentei, mas as memórias no sangue também estão turvas. Explorar as memórias no sangue costuma funcionar porque muitas memórias são apenas guardadas no subconsciente, mas já estão "traduzidas". No caso do Peter o cérebro dele ainda está tentando traduzir, é como se ele tivesse simplesmente se desligado e agido no modo automático. ── Caspian explicou pacientemente, sabia que ela estava ouvindo com atenção e interesse mesmo estando de costas.

─── O cheiro do sangue era envelhecido, eu senti nojo. Eu chequei depois alguns corpos, depois que acordei. ── Peter não estava confortável com a lembrança, ainda era horrível lembrar do pânico que tomou seu corpo quando acordou ── Estavam mutilados de um jeito que eu nunca fiz nem mesmo nas minhas primeiras luas. Aquilo... aquilo era desumano. Era o tipo de coisa que-

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