Prelúdio da dor

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Oi meus amores, esse é o penúltimo capítulo da primeira parte (ou primeira temporada, chamem como quiserem) da fic e decidi fazer uma coisinha diferente pra sair da minha zona de conforto. Há uma parte escrita em primeira pessoa que é nada mais nada menos que um POV da Aimée :)

O intuito desse POV não é só arriscar uma escrita em primeira pessoa (inclusive desde já eu peço desculpas se a qualidade cair, faz muuuuito tempo que não escrevo assim), mas também porque quando parei pra pensar como daria mais representação à ela, não achei forma melhor de mostrar a pessoa que mais intriga os protagonistas do que fazer ela mesma se apresentar pra vocês. Espero que gostem disso, ela é uma das minhas personagens favoritas desse conto e estava louca pra dar um pouco mais de profundidade sem correr risco de comprometer todo o mistério em torno do Copycat até aqui. 

「• • •」

A mansão estava silenciosa, Delilah não ousou interromper o sono dos rapazes quando espiou pela fechadura e os viu dormindo abraçados como um casal de adolescentes. Era curioso – e irônico – notar que por mais que Eddie fosse o mais velho dessa relação, era ele quem parecia uma criança buscando refúgio nos braços de Caspian com a cabeça apoiada em seu peito e uma feição abatida mesmo no mais profundo sono. Algo o apavorava profundamente tanto acordado quanto dormindo, algo tão doloroso que nem mesmo a presença do seu amante parecia ser capaz de amenizar. Aimée estava acordada, mas seguia obedecendo uma regra importante para sua segurança: ficar no quarto até que um dos dois rapazes permitisse sua saída. Não pense que esse tipo de coisa era tortuoso para a garota, seu quarto era um sonho para qualquer criança, Edmund a mimava com brinquedos, livros e tudo o que ela desejava para se entreter, então a pequenina de cabelos louros angelicais sequer sentia a hora passar enquanto ficava escondida em seu quarto protegido por magia, imersa em seu mundinho de fantasia com bonecas, espadas de madeira e livros mágicos cujas páginas traziam imagens holográficas de lutas em navios, ilhas encantadas e heróis das mais variadas raças.

Delilah chegou a oferecer que Aimée saísse do quarto para tomar um café da manhã decente, mas a garotinha possuía uma obediência e fidelidade aos vampiros que era incorruptível, por isso não saiu um instante sequer até ouvir Edmund falar com a governanta na hora do almoço em frente a sua porta. Independente do quão exausto estivesse, não se permitiu dormir mais do que uma manhã inteira, pois aparentemente teria uma visita em breve, além disso dormir era uma constante tortura para sua mente graças aos pesadelos envolvendo seu tempo com Jadis. A conversa entre ele e a empregada deslumbrada foi breve e irrelevante, apenas elogiou seu trabalho impecável na limpeza e a dispensou mais cedo sob a alegação de que já tinha feito o necessário por hoje, sendo que os únicos cômodos que faltaram foi seu quarto e o de Aimée, mas seria impossível limpá-los por estarem ocupados pelas próximas horas.

A governanta logo partiu, Edmund e a criança acompanharam-na até a porta e sincronizada com a saída de Delilah veio Lucy, que já parecia menos abatida do que no dia anterior.

─── Lucy, entre. ── Edmund deu passagem para a jovem e deixou que sua empregada saísse, foi só ao fechar a porta que de fato deu atenção à visita. ── Fico feliz em saber que já esteja melhor ao ponto de sair de casa, mas o que faz aqui?

Aimée estava, pela primeira vez, desconfortável com a presença da jovem rainha. Costumava abraçar, ficar cheia de energia perto dela, além disso Lucy sempre a cumprimentava de braços abertos independente do seu estado mental, mas dessa vez estava diferente e trazia uma sensação de estranheza na garota.

─── Peter e eu conversamos muito hoje cedo e achamos melhor colocar aquilo em um lugar mais seguro, o cofre do palácio não pode ser acessado por mais ninguém além de nós, a magia de Jadis não tem efeito ali.

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