Primeiro Ato

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Gente, seguinte. Tô no ticoteco, decidi dar as caras lá pra conversar com vocês sobre as histórias, tirar dúvidas sobre processo de escrita (teve gente perguntando por lá) e pra bater um papo mesmo, passar vergonha, ser cringe. Bom, o foco é: Fiz um vídeo pra vocês que acompanham, agradecendo e pah, porque vocês realmente têm meu carinho, então vou deixar o link no comentário aqui do parágrafo e se quiserem ver uma tiazona de 22 anos passando vergonha bancando a emotiva, só acessar :)

Aliás, um detalhe: Essa fic vai contar com duas seasons, a primeira já está encaminhando pra reta final, então peguem a pipoquinha, o caderno de anotar teorias e se prepara porque a jiripoca vai começar a piar.

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A mente cheia de Edmund o fez ficar descuidado em detalhes simplórios que passavam despercebido facilmente por alguém como ele, que sempre tentava ver tudo de uma perspectiva complexa. Focado demais em preparar a refeição perfeita, a cena de crime perfeita e, nas horas vagas, fantasiar formas de matar Caspian por tirá-lo do sério durante a semana toda, acabou deixando passar um detalhe crucial que era o fato do sonífero não ser tão efetivo em vampiros. Renderia sim uma noite completa de sono para seus irmãos, mas para Aimée proporcionou apenas uma soneca de poucas horas.

Eram exatamente três e meia da manhã quando a garota de dez anos acordou no sofá, entrelaçada pelos braços de Susan e Lucy. Todos estavam dormindo confortavelmente tanto nas almofadas espalhadas pelo tapete fofo quanto no sofá que não perdia nada para a maciez de uma cama da mansão ou do palácio. Como uma criança qualquer, fez algumas gracinhas com os adultos que dormiam profundamente, como beliscar bochechas, sussurrar o nome e fazer cócegas deslizando a pata do coelho de pelúcia no rosto de cada um. Nem mesmo sua risadinha marota os acordou e por isso não fez questão de perambular na ponta dos pés. Ao sair da sala de estar, parando no centro do hall de entrada, deu falta das duas figuras mais importantes.

─── Eddie? ── Chamou o mais alto que pôde sem que chegasse a gritar.

Nada. Silêncio total.

─── Caspian? ── Nenhuma resposta ao chamado também. A casa toda estava escura, isso não era um problema para a visão de um vampiro, mas atiçava a curiosidade da pequenina sobre o porquê de tudo estar apagado se não estavam todos dormindo.

Ela já tinha aprendido que vampiros não dormiam todos os dias e também aprendeu que Edmund nunca ficava relaxado o suficiente para dormir quando Caspian estava no mesmo ambiente. Não quis acender as luzes conforme caminhou pelos cômodos, achou que se estavam apagadas deveriam ficar assim para não chamar a atenção de vizinhos ou simplesmente porque Ed quis assim. Aimée desde o primeiro dia morando ali mostrou ter uma obediência ao rapaz que chegava a ser admirável.

Subiu as escadas, chamando mais algumas vezes os nomes dos rapazes, mas sempre sem obter respostas. Olhou no quarto de hóspedes onde Caspian ficou da última vez, depois foi até o quarto de Edmund, e por último tentou o porão, pois já tinha percebido durante a semana que era um cômodo frequentado com certa constância pelo seu guardião. Abriu primeiro uma pequena fresta da porta, o bastante para espiar discretamente.

─── Eddie, Caspian, estão aí? ── chamou sussurrando. Não teve resposta, mas o aroma muito sutil de sangue despertou sua curiosidade.

Ora, "não teria problemas se olhasse rapidinho", pensou. Olhou rápido ao seu redor para ter certeza de que estava sozinha e desceu as escadas. O cheiro de sangue ficou um pouco mais evidente, mas ainda era fraco. O porão em si era organizado, tinha um pouco de pó nas prateleiras e no topo das caixas de papelão, mas tudo estava empilhado e etiquetado, não era um cenário caótico como cômodos assim costumavam ser nas casas que ela viveu temporariamente.

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