17* Saathy

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  Lumen narrando:

   Eu e meu Khay nos sentamos para assistir domarem a égua,e aos poucos minha raiva vai passando.

   A linda égua corre dentro do cercado com tanta energia e graça, sua crina branca voando ao vento conforme ela corre, e nisso tudo ela fica me encarando com olhos da mesma cor que os meus,não consigo desviar o olhar quase como se tivéssemos uma ligação, diferente da minha com o Khay porém igualmente forte.

  A égua somente para de correr quando um Greend carregando uma sela, um freio,  e na outra mão algo que me faz estremecer...um chicote, entra dentro do cercado. O macho corpulento sorri arrogantemente para a multidão de Greends reunidos e se curva na direção de Khay e de mim, a ponta do chicote tem um tipo de ferro que brilha a luz do sol, e a égua recua batendo os cascos no chão e empinando , claramente tentando fazer o domador sair dali, porém o macho ao invés de sair bate o chicote no chão o estralo do objeto ao tocar no chão me faz quase pular da cadeira.

  Ao meu lado Khay pergunta:

- O quê houve estrela da manhã?

Tarde de mais já estou correndo na direção do cercado, ouvindo Khay e Dahnnis me chamar, porém a única coisa em minha cabeça é o barulho do estalar do chicote, o barulho tão familiar para mim tão horrivelmente marcado em minha cabeça e em meu corpo ,não me importando com todos aqueles nobres idiotas me encarando como se fosse louca, nem com os sorrisinhos debochados dos conselheiros de Khay ao me ver agir feito uma doida, nada disso importava, somente aquele homem prestes a machucar um animal inocente por diversão, e todos assistindo e não fazendo nada!

Nem mesmo Khay se importou com o fato de que iriam machucar a égua! Senti tanta raiva disso, tanta raiva que aquela coisa estranha que ficava se agitando sobre minha pele começou a queimar, como se minhas veias estivessem transportando energia por todo meu corpo, como se raios e relâmpagos pudessem sair de mim.... poder, aquilo era poder ,de um jeito estranho e ainda não explicado eu tinha poder em meu corpo , poder letal e antigo, uma tempestade viva preparada pra destruir o mundo.

  E com esse poder correndo em minhas veias eu pulei o cercado e me aproximei do macho com o chicote ainda na mão, porém sua atenção estava totalmente em mim e em meus olhos ,quando eu me aproximei dele e com uma força fora do normal tomei aquele maldito objeto de suas mãos ele não tentou me conter, ninguém na verdade, tudo estava silencioso, e eu me permiti olhar para  as pessoas ao redor, mais que 100 rostos me encarando com medo e descrença como se eu fosse algo que eles nunca tivessem imaginado algo tão letal quanto todos eles, até mesmo Khay me encarava  porém ao contrário dos outros seus olhos prateados mostravam surpresa e adoração, ele não estava assustado, estava impressionado e gostando daquilo.

  Quando eu finalmente voltei minha atenção para o domador ele recuou de mim, e uma parte de mim gostou disso.

  - Não toque nela. Ordenei somente pra ele ouvir, o macho me encarou tentando se recompor e depois de segundos disse tão baixinho que tive dificuldade de escutar:

  - Minha senhora, não deveria entrar aqui, essa égua pode ataca lá.

  - Pois eu estou vendo vc a atacando e não o contrário. Digo furiosa, o macho responde como se estivesse tentando explicar uma coisa bem simples pra um ignorante:

  - Ela tem quê ser domada, o chicote os ensina a respeitar seus senhores. Eu praticamente rosnei quando respondi:

  - Não, o chicote os ensina a teme -los, o respeito não pode ser imposto a alguém por meio da força.

- É um animal selvagem, deve aprender seu lugar. Respondeu o homem, me aproximei mais dele:

  - Quem deve aprender seu lugar é vc!

- Eu sou a pessoa que tem que treinar essa égua teimosa!

  Me inclinei mais pra frente e mesmo o domador tendo quase o dobro de meu tamanho, ele se inclinou pra longe de mim, falei desta vez alto:

  - E eu sou a pessoa que ira lhe fazer em pedaços se tocar nela novamente.

Com isso dito me viro e caminho em direção a égua, que está me encarando atentamente, ergo minhas mãos no alto mostrando que não irei machuca lá e falo tranquilamente enquanto me aproximo:

  - Está tudo bem, prometo não te machucar! Ela me encara como se eu fosse algo totalmente diferente de  que tudo que ela já viu , porém deixa eu me aproximar,enquanto dou passos tranquilos em sua direção falo baixinho:

  - Eu sei que você não gosta de chicotes, eu também não gosto deles.

  Agora já estou a sua frente e acaricio sua crina devagar:

  - Eles querem te dominar não é mesmo? Obriga lá a obedece los, eu te entendo, também tentaram fazer isso comigo, porém não conseguiram me quebrar, e nem a vc! Ela inclina um pouco a cabeça em minha direção enquanto eu continuo a confidênciar  meus segredos com ela:

  - E sabe o por que de eles quererem nos destruir? Porque eles sabem que somos poderosas, sabem que somos fortes e tem medo de nós. Porém nós não podemos ser domadas não é mesmo "Saathy" , nós não podemos ser domadas não importa o quanto tentem, eu e vc somos iguais, iguais de espírito e é por isso que ficaremos juntas, nós duas até o fim ,iremos ensinar a eles que nós nascemos pra comandar e não pra receber comandos , vc e eu até o fim.

  E quando aqueles olhos dourados me olharam e ela me permitiu subir nela, quando eu segurei em sua crina e ela galopou até o meio do cercado eu tive certeza de que nosso acordo estava selado, e ao nosso redor os demais Greends batiam palmas e diziam aos gritos:

  - Lumen, domadora de cavalos e de raios! E eu sorri me sentindo orgulhosa de mim mesma e viva ...

  * Fim do capítulo, espero que tenham gostado deste capítulo, gostaram da Saathy? Digam nos comentários ,votem e comentem ,tchau gente até logo!🥰😍😘🥰😍😘.

 

 

A Rainha Volks, Trilogia: As Senhoras de Stria livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora