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Aline. 😝

Henrique começou a beber muito e logo eu notei que algo estava errado.

Desde que aquela garota chegou, ele ficou meio estranho. Mais distante..

Aline: Já chega né, Henrique? Vai beber desse jeito? — Ele apenas me encarou.

Me despedi da Beatriz e o Felipe e fui saindo com a Clara. Não ia ficar aqui aturando isso.

Diabo: Qual foi Aline? — Falou segurando firme meu braço.

Aline: Tá machucando. — Ele me soltou. — Você ta com sua mulher e sua filha, vai ficar desse jeito mesmo? Fumando, bebendo além da conta, você sabe como fica, você sabe o motivo o seu vulgo..

Diabo: Vai ficar relembrando passado? — Fechou a cara. — Eu não posso te julgar pelo seu passado, ele tá em branco. Tem partes da sua vida que você não me conta e eu te respeito, não fico cobrando nem jogando na sua cara. Confio em você, e você confia em mim? Ou vai julgar tudo por aquela noite?

Aline: O problema não é te julgar pelo passado, é você ter matado o meu pai Henrique. — Falei sentindo uma lágrima cair. — O homem que me criou e me deu tudo.

Diabo: O mesmo que na primeira oportunidade te ofereceu à um traficante em troco da vida dele? — Falou alto.

Aline: Abaixa o tom de voz comigo, Henrique.

Diabo: Você sabe bem que se ele te entregasse ao Laranjinha você não saía viva.. Se saísse ia ta sendo estuprada até hoje. Eu sou o pior mesmo?

Apenas virei as costas. Sentindo as lágrimas escorrerem.

Diabo: Vai fugir mais uma vez desse assunto?

Apenas continuei, até chegar em casa e desabar.

Eu sei que o que ele estava falando ali não era mentira.. Mas ainda doía. Eu não queria aceitar que a pessoa que me criou, que eu cresci chamando de pai tinha feito aquilo comigo. Gostava de me enganar que foi tudo um sonho.

Eu acabava culpando ele pela morte do meu pai, quando na verdade ele salvou minha vida.

Acabei tomando um banho e deitado com a Clara.

1 mês depois.

Um mês se passou e eu não via o Henrique. Também não procurei, ele não voltou pra casa desde aquele dia.

Eu quase não saía na rua, era apenas o necessário também. Ir no mercado, ir no salão me cuidar, ficar na casa da Beatriz. Levar a Clara pra passear, ele apenas mandava alguém buscar e levar a garota.

Hoje tinha baile e a Beatriz insistiu em me levar, acabou convencendo a dona Karla que criou eles à ficar aquela noite com a Clara.

Me arrumei toda, nesse último mês eu não estava me sentindo muito bem.

Não me arrumei muito, não me senti muito bonita. Relembrei todos os dias da nossa "discussão".

00h40 AM.
BAILE DE MOSCOU (ROCINHA).


Cheguei com minha ex cunhada e de cara as pessoas ficaram encarando.

Que foi gente, eu tava com maquiagem de palhaço?

Eu queria ficar na pista, não vou negar, mas a Bea insistiu por conta do Felipe então subimos.

Henrique me encarou, mas ficou sério logo em seguida. Bofe estava acabado.

Mas me encostei do outro lado do camarote e fiquei, não encarei ele mais.

Dantes: Qual foi Aline, minha consagrada. — Chegou me abraçando  eu retribui.

Aline: Fala meu maldito.

Dantes: Você chega carinhoso e recebe um maldito em troca. — Fez graça e eu ri. — Mas aí falando sério, patrão ta afundado. Não come direito, só usa droga e bebe chorando de saudades sua.

Dei os ombros.

Aline: Se sentisse saudades não teria sumido um mês. Sabe que estou sempre disposta a ouvir.

Dantes: Ele não pensa assim, pô. Pra ele a visão é diferente.

Aline: Me perdeu duas vezes por achismo... — Dei os ombros. — Não vou ficar atrás de gente assim.

Dantes: Contigo mesmo, só não quero ver meu irmão morrendo de overdose muito menos tu sofrendo, mas se resolvam. — Saiu andando.

Fiquei dançando um tempo e bebendo um pouco com a Beatriz, tava me divertindo real.

Dimenor: Ai patroa, chefe quer trocar uma ideia contigo. Tá ali fora no carro dele..

Aline: Pois avisa que eu não vou, quando ele estiver limpo conversamos. — Ele coçou a cabeça e assentiu, falando algo no radinho. — Vê se pode isso, cara..

Beatriz: Eu nem vou falar nada, ambos tão no erro. Ele por sumir e você por fugir sempre que toca nesse assunto. Amo os dois, mas assim não dá.

Ignorei ela, voltando a dançar. Até sentir alguém me puxar.

Diabo: Bora conversar cara.. — Falou cambaleando de bêbado.

Aline: Olha teu estado, Henrique... Não vou conversar com você assim.

Ele fez sinal de fé e saiu.

Fiquei curtindo meu baile. Fui embora de manhã cedinho.

2 dias depois...

Tem dois dias que Henrique não volta pro morro, todo mundo atordoado atrás  dele.

Eu inclusive, né? Se eu tivesse falado com ele aquela noite, me acertado.. Ele não estaria sumido agora.

Do nada meu telefone tocou e apareceu "Amor." no visor e eu atendi.

Aline: Caralho Henrique, todo mundo desesperado, cadê você? — Ouvi uma risada

Xxx: Estamos com o Diabo, só vamos entregar com o domínio do morro.

Aline: Mas eu... eu não posso fazer nada.

Xxx: 24 horas... tic tac.

Nesse momento eu fiquei desesperada e corri pra boca pra achar o Dantes.

Leal. (Morro)Onde histórias criam vida. Descubra agora