Leal. (Morro)

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Aline.

Acordei com o Henrique empurrando minha mão. Olhei ao redor e apenas vi Beatriz o encarando feio.

Tentei assimilar o que estava acontecendo e antes que eu pudesse falar algo, Beatriz começou a discutir com ele.

Beatriz: Você é um egoísta! A garota tá com você em todos os momentos e você não valoriza isso, eu cansei de você. Cansei, Henrique. — Me encarou e suspirou. — Se eu fosse você, se valorizava mais. Ele vai te destruir.

Apenas falou e quando eu iria retrucar, ela sai batendo a porta do quarto.

Diabo: Vai embora você também, eu não te pedi pra estar aqui. — Falou rude.

Aline: So vim falar que eu vou embora do Rio. E perguntar se você iria ficar com com a sua filha ou eu iria cuidar dela. — Cruzei os braços, vendo sua expressão mudar.

Diabo: Você vai pra onde?

Aline: Isso nao é da sua conta.

Diabo: Quando envolve minha filha, acaba sendo. — Sorriu de lado.

Fechei a cara. Sei bem o que ele estava querendo.

Aline: Não vai envolver ela. Beatriz cuida. Eu só quero saber como ela vai ficar, você é o pai e sequer age como um, Felipe vem agindo como pai à mais tempo que você e olha que ele é apenas o padrinho. Espero que agora passe mais tempo com ela.

Quando ia saindo, escutei o mesmo falar um "espera" baixo. Mas não dei ouvidos e sai dali.

Senti um nó se formar na minha garganta e fui direto pra minha casa.

Quando entrei tomei um susto, Beatriz e Felipe na minha sala.

Aline: É assim agora? Vocês não tem mais casa? — Disse fechando a porta e me sentando no sofá.

Beatriz: Precisamos falar com você.

Aline: Eita que é sério, manda o papinho. — Peguei a Clarinha no colo e enchi de beijos.

Beatriz: A gente vai morar no outro morro, o que o Felipe ficou como dono. — Me encarou. — Queremos saber se você quer ir também. Não estamos mais suportando as atitudes do Henrique. Se você não quiser, tudo bem... – Interrompi.

Aline: Eu vou me mudar, gatinha. Mas não vou ficar mais no Rio. — Sorri de lado. — Preciso que você cuide da Clarinha, eu não vou poder mais...

Senti minha voz embargar de choro e não aguentei, acabei desabando ali.

Beatriz me abraçou e tentou me consolar. Mas nada parecia me fazer ficar bem.

Beatriz: Você não pode ir. Que isso, Clarinha ta apegada em você. Vamos recomeçar na Penha, prometo que tudo vai dar certo. — Me abraçou mais forte.

Aline: É complicado, Bê... Eu não aguento mais permanecer num lugar que me faz lembrar dele. — Disse entre soluços.

Beatriz: Mas a gente está aqui, não é Felipe? — Ele assentiu com a cabeça. — Então, vamos te ajudar nessa, viu? Pensa bem.