𓏲ׄ🥂𝆯𝅄 03; eu não sou seu.

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chapter 03. FUCK ME, PARTNER

— olá, tô com tanta saudade de vocês que não resisti esperar até domingo :') como prometido, o capítulo no ponto de vista do Cole com algumas surpresinhas... ៹ boa leitura! :)

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Olho para o lado, analisando o caos que se instalou na sala da casa. Minha mãe não parava de chorar desde que havia recebido a notícia pela própria televisão — foi a maneira como todos nós soubemos. Praguejo mentalmente contra os paparazzis que sequer deram a escolha de preparar melhor a forma da minha mãe saber.

Fico mais distante do Dylan e da Barbara que tentam acalentar minha mãe, ainda que o choque esteja presente demais para evitar que as lágrimas escorram pelas suas bochechas. Barb passava a mão na barriga protuberante de quase seis meses, como se tentasse acalmar não só a si, mas o novo integrante da família. Ou nova. Não sabíamos ainda.

Recosto a lateral do meu corpo na porta, assimilando tudo vagarosamente.

Há um ano e cinco meses atrás, eu e ele fizemos as pazes. Não foi fácil para mim aceitar que ele estava envolvido em tudo que atingiu a mim e a Lili e seu discurso feito para mim, explicando tudo, não foi o suficiente para que eu engolisse aquilo; ainda assim, era mais fácil perdoá-lo do que guardar mágoas que atingissem ainda mais a nossa relação — que se tratava de uma linha tênue entre estar tudo bem e odiá-lo. Eu o confrontei e ele pediu desculpas pelo que fez. Parecia drasticamente arrependido pois nunca tinha aberto a boca para pedir desculpas, principalmente para mim. Depois disso, nossa relação se estabilizou.

Meu pensamento oscila para Lili e eu engulo a seco, recordando da última noite em que estivemos juntos. Em Arezzo. Como se o destino estivesse disposto a nos dar mais uma mãozinha e mesmo com o auxílio do que quer que fosse a divindade, eu decidi soltá-la no meio do caminho.

Era o melhor a ser feito, eu tinha consciência disso.

Não poderia me envolver naquela noite quando ela estava, claramente, alterada e por maior que fosse a minha intimidade com ela, eu não tinha o direito e nem o seu consentimento para tal. E se houvesse, não o faria ainda assim.

Além disso, caso houvesse alguma chance de termos ficado juntos durante a noite, eu poderia não ser forte o suficiente para deixá-la na manhã seguinte, sozinha naquele quarto de hotel. Para evitar correr tal risco, evitei o máximo de contato naquele quarto.

Eu cumpri o que havia lhe dito. Deixei, indiretamente, que ela aproveitasse a vida com liberdade para fazer o que assim quisesse, sem um relacionamento lhe prendendo.

Desperto dos meus pensamentos quando ouço o vento agitado fazer uma das janelas se fechar, o barulho me assusta por alguns segundos, mas logo eu me recomponho e afasto da porta, me dirigindo para solucionar a parte burocrática do velório que viria a ser feito a seguir. Não deixaria que minha mãe se envolvesse mais nisso e além de mim, tinha o Dylan, mas ele sabia lidar bem com pessoas chorando — ao contrário de mim.

Tudo se ajeita rapidamente e quando retorno, já estou usando terno e gravata e pronto para levar a minha mãe até o local optado para realizar o velório. Dylan também estão aminha espera e assim que chego, se organizam para ir junto a mim; meu corpo relaxa ao perceber que não estarei sozinho. O local escolhido foi alugado para aquele momento, fazê-lo em casa seria o suficiente para que aquela lembrança perseguisse a nossa mãe por um bom tempo e não queríamos isso.

— Está tudo bem? — pergunto a Barbara que está sentada no banco da frente, colocando o cinto e transpassando-o pelo troco.

Barbara balança a cabeça positivamente, ainda que não diga com palavras. Fecho a porta e olho para os bancos traseiros, flagrando a minha mãe com o lenço, continuando em lágrimas. Me afeto por não poder fazer nada para ampará-la, mas me mantenho forte.

❪ FUCK ME, PARTNER ⁾ : ー sprousehart ❜.Onde histórias criam vida. Descubra agora