Capítulo 9

1 0 0
                                    


Rose demorou a despertar e Aviléz já deveria estar de pé há muito tempo. Mas permaneceu ali. Era bom estar com Rose, rememorou todo o ocorrido durante o dia anterior, a forma como o fogo parecia estar bailando junto com seus cabelos que ganhavam uma tonalidade alaranjada. Lembrou-se também das lágrimas que, de forma corajosa, a menina não derramou. Em sua cabeça começava a pensar em formas de derrubar o comércio da família da menina, motivação para isso ele agora tinha. Pensou que iria feri-los onde mais sentiam: no bolso.

Como se sentisse a raiva que emanava de Aviléz, Rose despertou. Não foi um bom dia que ela lhe disse, lhe pediu uma promessa:

— Desejo que me prometa algo.

— Qualquer coisa.

— Não quero que se vingue deles.

Neste momento Aviléz suspirou forte. Ela poderia ter lhe pedido qualquer coisa, qualquer coisa, menos isso.

— Eu não posso te prometer isso, Rose.

Com a frase dele, ela abaixou os olhos e lhe perguntou:

— Sabe por que lhe peço isso? —Perguntou, mas não lhe deu tempo a resposta, pois logo voltava a falar— Peço por você e não por eles. Não desejo que cometa atos como eles cometeram, algo aqui dentro diz que você não é assim, será que enganei-me?

— Não possuo sangue frio. Como me pede algo assim, sendo que eles tanto te feriram?

Avilez não havia respondido a questão e por um instante Rose percebeu que ele escondia algo.

— Como disse, o pedido é por você. Lutar contra eles não é retribuir com um mal maior, é levantar e seguir em frente. Minha mãe tem ódio do meu sorriso, da minha felicidade e alegria. Eu entendi que ela venceria se eu ficasse no chão, derrotada. Então, levantei-me e cá estou. Essa é a sua derrota e a minha vitória, não precisei feri-la para isso, apenas me recusei a ficar caída.

— E isso demonstra o quão forte você é, não é mesmo? — recebeu como resposta um lindo sorriso.

Uniu seus lábios em um casto beijo e logo se afastou.

— Preciso resolver alguns assuntos na fazenda. Pode continuar na cama, caso deseje. Só estava esperando que despertasse.

Antes de ir, ele virou-se em direção a ela que estava sentada no centro da cama, olhando em sua direção de forma emocionada.

— Eu... Não farei nada dessa vez, Rose. Talvez seu olhar sobre mim ajude-me a me tornar um homem melhor. Mas não lhe prometo nada para o futuro, não desejo aproximação com nenhum deles e caso façam algo mais uma vez, não prometo que não reagirei. É o que posso lhe prometer.

— É o bastante. E... Obrigada por ter cumprido a sua promessa e me esperado despertar.

Aviléz deu as costas e saiu, sua vontade era a de ficar. Enquanto caminhava pela fazenda recebia os parabéns pela bela esposa, todos os seus empregados amaram conhecê-la. Estavam temerosos sobre quem ela seria, mas depois da noite anterior perceberam que não precisavam sentir medo.

Cássia surgiu na porta, não perguntou como foi a noite, mas, pela sua feição, Rose percebeu que ela desejava saber. Não quis conversar sobre isso, apenas desejou que fosse um assunto só dos dois, a primeira coisa que seria apenas deles, então assim silênciou-se ante ao olhar curioso da mulher a sua frente.

— Está bem?

— Melhor do que nunca, Cássia! E desejo cavalgar após o desjejum. Pode arrumar isto para mim? Desejo conhecer a fazenda.

Sorriso de SolOnde histórias criam vida. Descubra agora