Capítulo 12

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A noite caia mais uma vez na fazenda. Rose e Aviléz se preparavam para o sono merecido e um silêncio tomava o espaço. Já estavam prontos para deitar quando foram avisados sobre a chegada de um visitante.

— Pedro! — disse Rose em tom de voz alegre ao reconhecer seu visitante.

— Parece feliz! Isso é um alívio.

— Por quê? O que a senhora minha mãe falou sobre mim?

Pedro olhou para baixo, como se não quisesse se comprometer com as palavras.

— Pedro, conhece-me desde menina. Não minta, por favor. Prometemos que ela não ficará sabendo de nada.

— Bem... Ela disse ao seu tio que seu casamento não dura muito, que está infeliz e parece fora de si. E não anda dizendo isso só em casa, fala com as pessoas na rua e até com o padre.

— Mas eu não acredito! Quando ela irá me deixar viver a minha vida? — a irritação de Rose logo passou quando lembrou-se sobre Aba — Pedro, prometa-me que irá aquietar o coração de Aba. Diga que nunca estive tão bem, sinto-me feliz e completa aqui.

Aviléz então encontrou seu espaço para se aproximar, abraçando a sua esposa.

— E no que depender de mim, continuará.

— Vejo isso. Bem, vim lhe trazer uma carta, Senhor Aviléz.

Ele abriu o pequeno papel e não ficou feliz com o conteúdo. Sabia que Caterine não desistiria fácil, ela pensou que teria em Rose um meio para conquistar terras e fortunas.

— Porque não fica para a noite, Pedro? Amanhã iremos ao encontro da Senhora Caterine e você poderá nos acompanhar, o que me diz?

— Agradeço, Senhor. Ficarei na charrete mesmo.

— Não, é um convidado. Ficará conosco.

Um quarto foi arrumado para Pedro e deitado na cama, que ele nunca possuiu ou ousou em seus sonhos que possuiria, pensou que algo bem estranho ocorria naquela casa. Mas ficou feliz por ser como é, pensou que a menina Rose murcharia em um local diferente e ali estava que nem mulher feita e dona de terras.

Estavam mais uma vez em silêncio no quarto. Dessa vez o silêncio pesava como um mau agouro.

— O que ela deseja?

— O bilhete era muito cordial e apenas um convite, mas em se tratando da Senhora Caterine, devemos estar preparados para tudo.

Rose sentou-se de modo derrotado na cama e tomou um semblante triste.

— Parece que teremos essa sombra para nos atormentar para sempre.

— Com todo o respeito, Rose, não esqueça-se que sua mãe é como uma cobra que embora possua a barriga cheia, está sempre pronta para matar apenas pelo desejo de tirar o que não lhe pertence.

Aviléz percebeu que o comentário a deixou ainda mais triste, agachou-se a sua frente e tocou-lhe o queixo.

— Sem tristezas. Ao dia de amanhã as felicidades e tristezas do amanhã. Hoje temos muito pelo quê agradecer.

— Tem razão. Dormiremos em paz e pediremos forças para o amanhã, seja ele como for.

Ambos cansados adormeceram logo e rápido demais o dia clareou.

Rose estava já em pé e vestida quando Aviléz despertou.

— Acordou antes do Sol, acredito eu.

— Sim, não consegui ficar muito na cama, estou um tanto nervosa.

— Vamos mostrar a todos o quão feliz você está e lidaremos com o que aconteça na casa de sua mãe.

Sorriso de SolOnde histórias criam vida. Descubra agora