Ainda que Eu Possa te Ver G!P

Beija Ela

Eu esperava que o jantar fosse estranho, eu esperava me sentir tensa e nervosa, mas foi ao contrário.

Jacobo e Lúcia riam e brincavam, contagiando a mim e a Valentina com seu bom humor. Quando percebi, estava rindo dos comentários bobos e sem sentido que Valentina e Jacobo faziam.

Às vezes eu me pegava olhando para Valentina, observando seu sorriso, sua fala arrastada, sua mania de pegar seu cabelo ou passar o polegar e o indicador sobre o lábio inferior. Fiquei observando como ela se sentava com o corpo curvado para frente, os cotovelos sobre a mesa, prestando o máximo de atenção aos meus comentários...

Fiquei surpresa quando percebi que estávamos tão próximas na mesa, que podia até mesmo sentir seu joelho roçando levemente no meu.

Depois do jantar seguimos para o bar da pequena cidade. Era um lugar aconchegante, iluminado por pequenas velas, o que o tornava romântico e rústico ao mesmo tempo.

No fundo da sala, um rapaz tocava violão, cantando canções românticas da moda. Consegui reconhecer a melodia de uma música que a Lúcia ouvia e imediatamente me apaixonei pelo local.

Eu não era o tipo de garota que ia a bares, mas este definitivamente me fazia querer voltar.

-É a sua vez. _disse Jacobo a Valentina, entregando-lhe as chaves do jipe.

Valentina piscou para ele e sorriu.

-Não se preocupe. Eu tenho tudo sob controle._disse ela, colocando as chaves no bolso do sobretudo.

Lucia e Jacobo se sentaram em uma pequena mesa para dois e minhas sobrancelhas se ergueram em descrença.

-Se esses são nossos amigos, não quero nem imaginar o que será de nós se tivermos problemas. _falei balançando a cabeça ao ver como minha melhor amiga e seu namorado estavam imersos em seu próprio mundo de beijos e carícias.

Uma risadinha rouca saiu da garganta de Valentina e eu a lancei um olhar irritado.

-Deixa eles, você não faria o mesmo se estivesse no lugar dela? _ela falou encolhendo os ombros enquanto caminhávamos para o bar.
-Quer dizer, estar no meio do nada, com o amor da sua vida... Parece-me muito propicio para beijos e carícias.

Um sorriso surgiu em meus lábios e eu lentamente assenti.

-Eu acho que você tem razão. _falei me sentando em um dos bancos altos.

Valentina sentou ao meu lado e fez um sinal para o barman.

-Eu quero uma cerveja. _falou ela e seu olhar se fixou em mim.
-E você?

Eu olhei para Valentina e estreitei meus olhos.

-Valentina Carvajal você vai dirigir, você não devia beber. _falei ignorando o barman.

-Vai ser só uma cerveja. _disse ela revirando os olhos.
-Pega uma Juls, uma cerveja não fará absolutamente nada ao seu sistema.

Eu olhei para ela, em dúvida.

-Confie em mim, Juls. _disse ela sorrindo, mas notei o desconforto em sua voz.

Retribuí o sorriso e olhei para o barman dizendo.

-Eu também quero uma cerveja.

O barman trouxe duas garrafas de vidro e eu tomei um longo gole antes de fazer uma careta pelo amargo da bebida.

Valentina observava o menino que cantava com atenção e dava para perceber como seus dedos marcavam o ritmo da suave melodia que ele tocava.

-Ele é bom. _disse ela antes de tomar um gole de sua bebida.