Seja Paciente

961 71 7
                                    


Passei o resto da tarde com a Lucia no loja. Ela me ajudou a despachar clientes. Colocamos música, conversamos sobre tudo e nada. Não tocamos mais no nome de Jacobo depois daquela conversa.

Nem fui capaz de perguntar o que ela planejava fazer. Eu a conhecia perfeitamente bem e sabia que ela não seria capaz de acabar com a vida de seu filho, mas a idéia de imaginá-la como uma mãe solteira enviava uma sensação horrível de dor em meu peito.

Valentina entrou na loja com um sorriso estampado no rosto. Ela beijou a bochecha de Lúcia e a abraçou com força contra o peito. Percebi como minha amiga ficou tensa com seu gesto e então ouvi Valentina sussurrar em seu ouvido.

-Aquele filho da puta teve o que mereceu, eu já cuidei disso.

Minha boca se abriu em surpresa e Lúcia se afastou dela para olhar em seu rosto.

-O..O quê? _ela perguntou com espanto.

Valentina sorriu.

-Logo você saberá. _disse ela, piscando para Lucia.

Então ela a soltou suavemente e sorriu para mim. Ela passou os braços em volta da minha cintura, puxando-me para mais perto de seu corpo e beijando meus lábios com força. Eu passei meus braços em volta do seu pescoço e me afastei dela para olhar em seus olhos.

-Como está a mulher mais bonita de todo o planeta? _o tom de sua voz era suave.

-Grávida e com um ex-namorado idiota. _brinquei.

Lucia deu uma risadinha, se sentou no banco e revirou os olhos.

-Vocês são tão cafonas que eu poderia vomitar._ela zombou.

Valentina me abraçou com mais força e roçou o nariz no meu com um sorriso no rosto.

-Eu não dou à mínima. Eu a amo.

Eu sorri com suas palavras e a beijei suavemente nos lábios.

-Tanto faz, eu vou deixar vocês fazerem... seja lá o que vão fazer. _disse Lúcia e eu me soltei dos braços de Valentina, apenas para olhá-la se levantar e pegar sua bolsa.

-Você não quer ficar mais um pouco?_lhe perguntei.

-Com vocês e esse plano romântico? Não, obrigada. _ela fez uma careta de desgosto e eu ri.
-Eu passo.

Acompanhamos Lúcia até a saída, não sem antes perguntar se ela ficaria bem. Ela concordou em me ligar se estivesse se sentindo mal de alguma forma e eu fiquei um pouco mais calma.

Valentina e eu entramos novamente na loja, que estava vazia. Valentina me encurralou contra a vitrine do balcão e eu sorri quando a senti afastar meu cabelo para longe do meu pescoço, mordiscando a pele sensível daquela área.

Uma risada saiu da minha garganta e fechei os olhos ao sentir minha pele se arrepiar.

-O que você está fazendo, Carvajal? _consegui dizer.

-Tentando seduzir você, estou conseguindo? _ela cantarolou contra a pele do meu ombro e um arrepio violento percorreu meu corpo.

-Si..Definitivamente sim._sussurrei.

Alguém limpou a garganta e Valentina se afastou de mim. Senti o rubor subir às minhas bochechas e corri para trás do balcão. A senhora que tinha entrado na loja olhava para Valentina e para mim com uma expressão severa, mas não parava de sorrir e eu não poderia me sentia mais humilhada.

A senhora saiu com suas compras e então rimos.

-Acho que não foi uma boa idéia. _ela murmurou, ainda rindo.

Ainda que Eu Possa te Ver G!POnde histórias criam vida. Descubra agora