Ele Morreu

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Esses poucos dias estavam sendo os mais maravilhosos da minha existência em muito tempo. Era ainda melhor do que quando estávamos juntas no início. A diferença era que ambas havíamos mudado; começamos a valorizar mais uma a outra. Começamos a entender que o amor significa altos e baixos. Entendemos que se tratava de permanecer juntas apesar de tudo e prevalecer por mais difícil que fosse. Eu estava apaixonada e não iria parar de lutar por ela. Eu não iria parar de lutar pela mulher maravilhosa que tinha na minha frente.

Passei o resto da sexta-feira trancada no quarto com Valentina.

Enrolada entre os lençóis e o seu corpo quente; embriagando-me com seus beijos, fazendo amor até que os músculos do meu corpo gritassem de dor e dormência.

A segunda-feira se aproximava e com ela, o retorno à realidade.

Eu não queria pensar muito sobre o que aconteceria quando voltássemos para a cidade. Eu teria que falar com Guille sobre o que havia acontecido nessa viagem e não seria fácil. Eu estava tentando me colocar no lugar dele, tentando imaginar o que sentiria se estivesse no lugar dele, e isso só agravava meus nervos e minha ansiedade. Eu não queria machucá-lo.

-No que você está pensando? _a voz de Valentina me tirou dos meus pensamentos. Um beijo suave foi colocado no meu ombro nu e fechei os olhos com o gesto caloroso.

-No Guilhermo. _falei e senti Valentina ficar tensa nas minhas costas.

Uma risada boba me assaltou e eu me virei em seu abraço para encará-la.

-Não do jeito que você está pensando._esclareci
-Eu estava pensando em como será quando eu contar para ele que estou com você, que na realidade, meu coração nunca parou de estar com você.

Eu pude sentir seu corpo relaxar e sua carranca sumir, olhando para mim com compreensão.

-O mesmo acontece com Daniela. Eu realmente não acho que ela se importe muito em terminar comigo, no entanto, quando ela souber que é por sua causa, ela vai ter um ataque ou algo assim. _ela fez uma cara engraçada e eu sorri.

-Somos infiéis? _perguntei, franzindo a testa, sentindo a culpa se instalando em meu peito.

Valentina beijou minha testa com ternura antes de olhar nos meus olhos

-Me senti mais infiel estando com Daniela sem ser nada sua, do que estando com você sendo algo dela.

A mesma coisa acontecia comigo, estar com Guillermo parecia errado. Eu sentia como se estivesse traindo Valentina, quando na realidade não havia ninguém para ser enganado.

-A mesma coisa aconteceu comigo. _admiti, beijando seu ombro.

-Mal posso esperar para gritar para o mundo inteiro que estou com você. _sussurrou, puxando-me para mais perto.

-Valentina... Você gritou isso ontem à noite na cidade. _brinquei e uma risada fez seu peito vibrar.

-Bem, quero gritar na faculdade, em casa, nos parques, cafés, restaurantes e bares de todo o país! _disse ela e eu não pude deixar de rir como uma idiota com o seu comentário.

Tomei banho, impedindo que Valentina me acompanhasse. Eu sabia que se ela entrasse no chuveiro comigo, seria qualquer coisa, menos um banho rápido. Apesar dos biquinhos e gestos indignados que Valentina me fez, eu fui ao banheiro e lavei o meu corpo depois das nossas atividades anteriores, eu sentia uma dor deliciosa por todo o meu corpo.

Valentina iria acabar comigo se continuasse assim. Senti minhas bochechas corarem quando me lembrei de nossas horas anteriores e me forcei a afastar rapidamente as memórias.

Ainda que Eu Possa te Ver G!POnde histórias criam vida. Descubra agora