"Dave Miller" (Reescrito)

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Era por volta das 5 quando abro a porta de casa e vejo o homem cambaleando até cair de bruços no sofá, gemendo de dor.

se eu fosse você, tomaria mais cuidado, seus cortes parecem bem profundos hein... Você está com fome? - pergunto eu fechando a porta de casa e jogando a sacola de remédios na mesa.

Morrendo de fome, e quanto aos antissépticos? Que tal trata-los na hora do banho? - Fala o homem com um olhar morto de sono.

Banho? Você bem que poderia trata-los só! - falo com indignação me dirigindo a cozinha pensando oque iria acontecer se aceitasse.

Afinal, qual é o seu nome?

E... bom...Dave Miller... e o seu? - Fala Dave, eu diria que ele fez uma cara de confusão e desespero nessa hora, mas logo se acalmou.

Me chamo Henry Emily, mas, pode me chamar apenas de Henry. Eu não fui no mercado esses dias, então não tem muita coisa na geladeira, apenas sopas enlatadas, denovo... - falo abrindo a geladeira e esboçando uma cara de tristeza.

Você esta sendo muito gentil, mas, para que todos esses remédios na sacola? - ele agora tem em suas mãos cobertas de poeira, a sacola da farmácia. E com um olhar avaliativo, observa frasco por frasco como uma criança curiosa.

Não é nada de interessante. Eu só os tomo por recomendação psiquiatrica. Eles acabam muito rápido. - falo já colocando as sopas enlatadas para ferver.

Entendo... Olha só que belezinha., quem é ela? - fala ele com os olhos fixados no porta-retrato atrás do sofá.

É minha filha, charlie, ela morreu no assasinato da freddy's faz- sinto cheiro de queimado e olho para o fogão.

algo queimou?

MEU DEUS EU NUNCA FUI TÃO DESASTRADO ASSIM! - exclamo, e corro para desligar o fogo.

Nós demos sorte, eu meio que salvei a comida à tempo, apenas está com o fundo queimado, mas dá pro gasto - falo, colocando a sopa nos respectivos pratos.

Depois que os coloquei na mesa, Dave devorou o prato de fome, enquanto eu o olhava com uma cara de espanto. Me pergunto se eu iria aguentar viver assim, ou até mesmo sobreviver nesse estado. Sua musculatura era pobre, sua pele era magra, assemelhando-se a um zumbi, seu olhar era arroxeado devido às noites mal dormidas.

Vou deixar os pratos na pia - me levanto da mesa, porém fui interrompido por Dave, que agora tem seus braços envolvidos no meu corpo, e diz numa voz chorosa:

Não sei se estou te agradeçendo de forma correta, Emily, não me pergunte nada, apenas me perdoe - ele apoiava agora sua cabeça em meu ombro, me deixando um pouco confuso pela sua fala.

Dave? - sem resposta, ele levanta sua cabeça me dando selinhos na nuca. Devo dizer que isso me rendeu uma cara rosada, e pouco depois pude sentir seus braços me apertando ainda mais.

É a partir daí que resolvo dar um basta nisso, o empurrando com uma mão. Eu posso até entender que esta confuso, contudo, isso foi um pouco demais né?...

Desculpe-me, eu me empolguei um pouco, assumo que o fiz por vontade própria, mas, é uma pena que o clima acabou... - vejo ele agora cobrindo o sorriso com 2 dedos e viro a cara me dirigindo à pia.

Bom, acho que agora você já pode ir pro seu banho, não é? - esclarecendo para vocês que só estou fazendo isso por pura empatia, afinal tem algo em Dave  que não gosto. Seu jeito me faz lembrar de meu antigo sócio... Enquanto estava preso à meus pensamentos a campainha toca. Pude ver pelo vidro ondulado a silhueta de um jovem segurando oque parecia ser uma criança e uma garotinha ao seu lado.

Willry - Reconstruíndo nossas memóriasOnde histórias criam vida. Descubra agora