Laços cortados

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*S/n on*

Apenas seu cheiro amadeirado, recente e fresco, permaneceu no ar próximo à porta.

Um nó insuportável se formou na minha garganta.

Por que... por que ele tinha me deixado entrar, mostrado a mim quem era para me afastar assim?

Engoli aquela sensação ruim que ameaçava transbordar. Limpei a lágrima que escorreu pela minha bochecha com as costas da mão.

S/n - Se você quer assim, Obito, que seja. - Disse rispidamente para seu quarto, como se, de alguma forma, ele pudesse ouvir de qualquer dimensão em que se encontrava.

Com a coluna ereta e a cabeça erguida, saí e fechei a porta num estrondo.

Itachi - Problemas no paraíso? - Pulei ao ouvir a sua voz suave de veludo.

Itachi estava de braços cruzados na parede oposta. Ele vestia um moletom de cintura baixa e a camisa cinza estava aberta, revelando seus músculos esculpidos. O cabelo, escuro e sedoso, caía pelas suas costas, livre de qualquer amarração.

Eu odiava o quão lindo ele podia ser.

S/n - Vá dormir, Bebê Uchiha, isso não é problema seu.

Ele riu e ergueu uma sobrancelha.

Itachi - Era o que eu estava tentando fazer, mas ouvi seus gritos e achei que estivesse morrendo. - Sua piadinha não teve efeito nenhum sobre meu humor deprimido. Ele, ao perceber isso, ficou sério. - O que aconteceu?

Não respondi e fui em direção à porta do meu quarto.

Itachi segurou o meu pulso e me voltou para si.

Itachi - S/n, está tudo bem?

Meu queixo tremeu quando eu respondi num sussurro fraco:

S/n - Não...

Itachi não esperou por mais nada, apenas me puxou para seu peito, envolvendo meu corpo com seus braços conforme seu calor me reconfortava.

Afundei o rosto na sua pele e agarrei a sua cintura, tentando conter as lágrimas. Não choraria, jamais me permitiria fazer isso por alguém.

Nem sequer me importei em protestar quando Itachi segurou as minhas pernas e me ergueu do chão. Apenas segurei em seu pescoço e deixei que ele me levasse até o fim do corredor.

Não entramos no meu quarto, e sim no dele.

Só então ergui minha cabeça para olhar ao redor. O lugar era uma extensão da sua casa na montanha: rústico, aconchegante e elegante. A cama, grande e repleta de travesseiros, estava encostada numa parede de tijolos vermelho-vinho. Havia um conjunto de poltronas em couro marrom próximo da porta da varanda e, claro, uma gigantesca estante de livros no lado oposto ao seu guarda-roupa.

O cheiro de alecrim e frutas cítricas de Itachi estava por toda a parte.

Ele andou comigo e me pôs no centro da cama.

Ergui as sobrancelhas para ele, meus olhos arregalados.

Itachi suspirou profundamente e sua expressão se fechou.

Itachi - Acha que sou algum babaca? Não te trouxe aqui pra isso. Não quando, obviamente, você está fragilizada. - Ele pareceu quase chateado.

S/n - Eu sei... - murmurei envergonhada. Sabia que Itachi não era o tipo de cara que faria isso. Soube disso com mais certeza ainda depois de descobrir a sua história, depois de descobrir o coração único que só ele tinha.

Renascida na Akatsuki +18Onde histórias criam vida. Descubra agora