Contra o tempo: planejamento

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*S/n on*

As duas semanas que se seguiram foram absurdamente insuportáveis. Tanto pelo meu corpo quebrado, que estava demorando mais do que o normal para curar, quanto pela obsessão insana dos membros da Akatsuki em cuidar de mim.

Percebi que renegados assassinos podem ser sufocantes e superprotetores como uma  mamãe galinha com seus pintinhos.

Na primeira semana inteira, mal saí do quarto. Em parte porque meus ossos trincados raspavam dolorosamente com movimentos mais bruscos, mas principalmente porque simplesmente não me deixavam fazer nada. 

Konan me entupia de comida o dia inteiro. Ela abandonara todas as missões dela para ficar comigo em tempo integral. Se fora uma ordem de Obito ou por sua própria vontade eu não sabia, mas a azulada sempre estava por perto. Ela trazia comidas, doces, remédios e travesseiros o dia inteiro.

Às vezes eu tinha que implorar para que ela parasse um pouco e descansasse. Minha amiga bufava e replicava, mas sempre atendia e ia fazer suas próprias coisas.

Contudo, sem sombras de dúvidas, Konan não chegava nem perto de ser tão insuportável e grudenta quanto aqueles três.

Aqueles três malditos que não me deixavam sozinha para absolutamente nada.

Itachi, Obito e Hidan basicamente faziam escolta vinte e quatro horas por dia. Quando eu ficava de saco cheio e os expulsava do meu quarto, eles ficavam no corredor, atentos a qualquer respiração em falho que eu dava.

Não os culpava.

Vi o pânico nos olhos de cada um no dia que cuspi parte do pulmão. Obito ficou tão transtornado de medo que rodava em círculos como um leão enjaulado enquanto o Ninja Médico que Hidan sequestrou, curava-me. Itachi não desgrudava os olhos de mim, seu Sharingan ativo e atento como se pudesse enxergar os danos nos meus órgãos internos. Hidan ameaçava o Doutor de morte e torturas perversas caso ele não me salvasse. 

Então entendia o porquê da superproteção chata e tentava ser paciente. Mas porra, às vezes eu só queria poder relaxar na minha banheira sozinha, na Santa Paz.

O trio fazia turnos da vigílias insuportáveis. Itachi e Hidan costumavam revezar durante o dia, alternando conforme tinham suas respectivas missões. E Obito ficava com a noite.

 Durante todas as noites depois daquele dia, seus braços me envolveram do instante em que dormia até acordar. O menor do meus movimentos durante o sono fazia Obito pular e levantar, seus olhos já abriam com seu Sharingan ativo, como se ele estivesse dormindo mas sempre alerta para qualquer coisa que pudesse me atingir.

Mas eu ainda estava puta com ele. Puta pelo Uchiha ter usado da sua autoridade para ir contra a minha vontade de investigar Konoha. Fiquei uns bons três dias sem nem lhe olhar, de tão magoada que estava. 

No sexto dia depois do colapso do meu corpo, Itachi e Obito vieram conversar comigo sobre seus planos acerca do suposto esconderijo. 

Os dois pretendiam ir juntos para sequestrar um dos Conselheiros e arrancar a verdade a força. Segundo eles, seria a forma mais rápida de achar o lugar. 

Eu basicamente surtei. Primeiro porque a ideia era completamente arriscada e estúpida: Sequestrar os Conselheiros de Konoha, provavelmente se meter num conflito com metade da ANBU em busca de um lugar que sequer existia. Mas o que mais me deixou possessa foi o fato deles estarem me excluindo da missão.

Renascida na Akatsuki +18Onde histórias criam vida. Descubra agora