Estilhaços depois da verdade

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Atenção!!! A primeira parte do capítulo pode conter gatilhos pra depressão. Se vc é sensível, por favor PULE. A marcação: 🔶⚪🔶⚪ indica o FIM de possíveis gatilhos.

*Obito on*

Durante todo aquele mês, no qual fui obrigado a ficar longe da S/n por causa da porra do Zetsu, a única coisa que me impediu de implodir foi sentir seu cheiro de jasmin e floresta. Foi ouvir sua risada alegre e melodiosa ecoando nas paredes da mansão. Sentir a sua essência quente e solar em cada parte daquela casa, foi meu combustível para permanecer centrado, com o juízo em ordem mesmo estando morrendo com a maldita distância.

Mas agora...

Agora eu tinha S/n na minha frente. Podia tocá-la e abraçá-la livremente. Falar e absorver a sua presença o tanto quanto meu vício por ela exigisse. Exceto pelo fato de que aquela garota brilhante e radiante não estava mais ali.

Apenas um fantasma que encarava com os olhos vidrados a vegetação batendo no vidro da janela.

Ela não disse nem uma palavra... nem uma única maldita palavra em três semanas. 

S/n passava dia após dia encarando o nada, enrolada no próprio corpo. Mal se mexia, nem mesmo para se proteger do frio. Em uma madrugada extremamente fria, quando fui até seu quarto, a encontrei encolhida e tremendo no tapete próximo à varanda. S/n estava tão gelada  que seus dentes batiam e seus dedos, duros e roxos, pareciam pedras de gelo. 

Tomei ela no colo e a levei para a banheira borbulhando com água quente, vendendo minha alma para todos os deuses em troca de que lhe poupassem de ter uma hipotermia.

Comer era outro puta desafio. Ela sequer olhava para os pratos saborosos que Kisame e Konan lhe traziam o tempo todo. Com muito esforço e muita briga,  Konan e eu conseguíamos convencê-la a comer metade de uma refeição por dia. 

Mas ela estava magra, perigosamente magra. Suas curvas cheias e deliciosas haviam diminuído, dando evidência aos ossos que despontavam de forma macabra.

Já tinha me amaldiçoado um milhão de vezes por ter insistido naquela maldita história de Konoha. Nunca, nunca sonharia que a verdade a qual descobriríamos quebraria aquela alma linda em mil pedaços. Se eu soubesse... se eu pudesse voltar atrás e poupá-la daquilo...

O único saldo positivo foi que realmente havíamos descoberto uma cura, e que era algo relativamente simples de fazer. Contudo, tinha certeza de que S/n jamais aceitaria aquilo, não quando significava reconhecer seu sangue Senju...

Segundo o documento de Orochimaru, o qual li até o final, S/n realmente tinha um DNA quase idêntico ao de Hashirama. O que significava que  possuía um potente potencial para regeneração, mas que para alcançá-lo, deveria desenvolver o Byakugou. 

Ela jamais concordaria com aquilo, em assumir a técnica desenvolvida pela Tsunade.... Tsunade Senju: Sua mãe. A maldita também descobriu a verdade no dia em que a Organização de Danzou nos certou. O pior é que a desgraçada colocou um preço alto pela cabeça da garota, numa caçada de dor de repulsa... S/n soube disso, e foi naquele instante que a luz deixou seus olhos lindos e castanhos.

S/n parecia querer secar e murchar, parecia só estar aguardando o momento em que seu corpo fosse colapsar de vez...

E por isso eu estava a ponto de enlouquecer. 

Em toda a porra da minha vida achei uma forma de conseguir o que queria. De manipular, matar e enganar para curvar as escolhas das pessoas à minha vontade. Mas nada do que eu fizesse ali resolveria. Nem mesmo se eu explodisse o Mundo e refizesse o Espaço e Tempo de forma que S/n tivesse outra vida, que fosse feliz. Juro que cogitava essa possibilidade toda vez que a via definhar daquela forma.

Renascida na Akatsuki +18Onde histórias criam vida. Descubra agora