Arco e flecha

64 11 134
                                    

"Aprender sobre coisas nas quais nunca sonhou em ter sequer a oportunidade, consegue se moldar mais gratificante do que àquelas que tanto sonhamos em nossas vidas". — Isabelle González

No dia seguinte... 

Passei uma boa parte da manhã, deitada e chorando na cama. Ignorei todas as tentativas da criada Rebecca de tentar me tirar do quarto, sei que estou tendo uma atitude de uma adolescente. Mas estou muito frustrada e chateada por não ter sido informada sobre isso desde o começo. 

Ou de ter encontrado o Mago antes, quando cheguei aqui e com certeza, já estaria no meu século há muito tempo. Mas como o destino gosta de brincar comigo, as chances de achá-lo desde o início seriam quase nulas. 

Confesso que tinha ficado um pouco tentada, quando ele disse que iria explicar um dom que herdei de minha família materna. Mas o choque de ouvir todas aquelas informações sobre os meus antepassados, foram demais para mim. 

Realmente, precisava de um tempo para assimilar e buscar aceitá-las, por mais difíceis que sejam por agora. Acho que precisarei me ausentar das aulas de magia por mais alguns dias, talvez sejam o suficiente ou não. 

Só sei que quero sobreviver a tudo isso que estou passando, apesar que já faz um bom tempo que não passo por algum sufoco e espero que continue assim. Apesar do jeito que sou azarada, tenho certeza que acontecerá alguma coisa ruim e não vai demorar. 

Mas espero muito que seja apenas uma paranóia da minha cabeça, só quero que tudo isso passe logo e que eu possa voltar para a minha família o quanto antes. Sinto tanta saudade de tudo e até mesmo, das brigas que tinha com a dona Rosária quando a visitava e de ouvir as bobagens dos meus irmãos mais velhos. 

E principalmente, sinto falta de ter privacidade e a paz que o meu apartamento me proporcionava. Das viagens que fazia à Europa com os meus amigos, até das vergonhas que eles me faziam passar na maior parte do tempo. 

Meus pensamentos foram interrompidos, quando ouço as batidas que vinham diretamente do outro lado da porta. E estava começando a perder a paciência, tinha quase certeza que era a Rebecca insistindo para que saísse do meu quarto novamente. 

Então, sequei as minhas lágrimas e massageei as têmporas, depois bati as minhas bochechas numa tentativa de tentar disfarçar de quem tinha chorado a noite e a manhã toda. Me levantei da cama, ajeitei o meu vestido que agora era um do mesmo modelo do primeiro dia de aula que tive com o Mago, só que no tom azulado. 

Andei em direção a porta, o abri e para a minha surpresa, não era a criada e sim, uma das irmãs do Isaac. A ruiva estava com o semblante cansado, provavelmente por conta das escadas que detesto tanto quando sou obrigada a subir degrau por degrau. 

Ela estava ligeiramente ofegante, acho que o tempo que levei para abrir a porta, foi o suficiente para se recuperar o pouco do fôlego que perdera até chegar aqui. Se não me engano, ela se chama Katherine e a acho tão bonita e diferente de seus irmãos que nasceram com cabelos pretos que nem a da matriarca da família. 

Além dos cabelos serem ruivos, os teus olhos eram esverdeados e os lábios eram grossos, mas não exageradamente. As maçãs de seu rosto eram perfeitas, o nariz pequeno que combinava muito com o formato pequeno de teu rosto. E usava um vestido longo, um pouco rodado e se não me engano, era no mesmo tom que uma safira. Ela parece que saiu de um conto de fadas que nem eu achava da minha antiga amiga, a Duquesa Elizabeth. 

Quanto menos esperava, ela fez menção de que iria dizer alguma coisa:

— Com licença, senhorita Isabelle. Acho que nunca fomos apresentadas formalmente, até porque a minha mãe nunca nos permitiu por achares que não seria conveniente nos aproximarmos. E que não seria uma boa influência tanto para mim e tanto para a minha irmã, Lady Louise. Peço-lhe que me perdoe por estás a incomodando agora, mas queria muito poder conversar contigo e ter a chance de conhecê-la melhor, porém, a minha mãe não podes saber disso. Não quero que se meta em confusão por minha causa, tudo bem? Enfim, me chamo Lady Katherine York e prazer em conhecê-la. — Se apresentou, com um sorriso ladino e terminou, soltando um longo suspiro para recuperar o fôlego depois de ter dito tudo isso. 

The Best Of Both WorldsOnde histórias criam vida. Descubra agora