A primeira aula de etiqueta

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"É fazendo, que se aprende a fazer aquilo que se deve aprender a fazer." — Aristóteles.

Na manhã seguinte... 

Já tinha acordado mas ainda não tinha conseguido vencer a vontade de passar por mais algum tempo deitada na cama, provavelmente uma das criadas, que espero que seja Verona, irá me chamar para descer pra tomar o café da manhã com os demais. E agora fiquei pensando se darei muito trabalho para a Duquesa sobre este negócio de etiqueta, pois, tenho quase certeza que não aprenderei nada de primeira e sim, levarei dias ou até meses para conseguir fazer alguma coisa direitinho. 

E só sei que terei que arrumar um jeito de contá-la sobre o que houve ontem a noite o mais rápido possível, antes que ela descubra sozinha e acabe sobrando pra mim. Sei que ela não iria desconfiar de que tinha visto um homem fugir com um saco enorme nas costas lá no jardim do castelo, mas com certeza a minha consciência iria pesar até que ficasse na cara de que estava sabendo de alguma coisa.

E ela iria acabar percebendo uma hora ou de outra, então iria perguntar e teria que contar sobre tudo que tinha presenciado, com certeza iria ficar muito brava ou chateada comigo. Só sei que terei que comunicá-la antes da aula de etiqueta começar, pois, acho que será melhor assim do que contar tudo depois. 

Fui obrigada a sair de meus pensamentos, quando ouço várias batidas insistentes do outro lado da porta e isso me fez levantar da cama, andar rumo de onde estavam vindo este barulho. Ainda estava de pijama já que não sabia vestir aqueles vestidos sozinha direito, pois, eles são muito complexos para mim de tantas fitas e botões que tem neles principalmente a parte de trás. 

Também não faria sentido vesti-los e voltar para a cama, se for parar pra pensar aqui agora. Enfim, assim que me aproximei da porta que parecia que seria derrubada a qualquer momento pela pessoa que estava do outro lado, eu a abri rapidamente:

— É você, Verona!? Ainda bem, pois, estava querendo muito revê-la e por favor venha me dá um abraço. — A pedi já abrindo os meus braços na intenção de abraçá-la.

— Senhorita Isabelle, estou muito feliz em saber que querias me ver e sabes que criadas não podem fazer este tipo de coisas com os hóspedes e muito menos com os donos. — Disse enquanto encarava o chão sem parar. 

— Pare de ser uma boba, venha cá. — Falei e a puxei para um abraço repleto de saudades. 

Após este pequeno e caloroso abraço, a pedi para que fosse me ajudar a vestir algum vestido o mais rápido possível antes que ficasse sem o meu café da manhã, já que todos comem muito pouco, e com isso acabam saindo de lá para cumprir os seus afazeres como Duquesas e Duque de Inglaterra. 

Após alguns ou vários minutos, acabamos escolhendo um vestido que era longo como as outras que tenho e que era da cor verde escuro, com alguns detalhes que lembravam umas cordas douradas tanto na altura da cintura quanto nos braços, também tinha um detalhe dourado no pescoço no formato de um "V" e as mangas eram compridas que até sobravam um pouco de tecidos na altura das minhas mãos. 

Sorte minha que estávamos numa época que fazia muito frio, mas não tinha neve e acho que demorará mais um pouco para que tenha por aqui. Enfim, após ter vestido e calçado os sapatos pretos de sempre, Verona escovou os meus cabelos e por fim, saímos do quarto de hóspedes em rumo até às escadas que davam acesso à sala de jantar onde todos devem estar quase terminando de comer. 

Depois de ter chegado onde estavam a família Lancaster, os desejei um "bom dia" até para aqueles que não deram a mínima da minha presença ali. E depois sentei ao lado da pequena Melanie que me olhou com um sorriso doce que toda criança da idade dela tem, eu a devolvi com um sorriso de lado. 

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