"A ajuda vem de várias formas possíveis, porém na escuridão, à luz se molda de lugares ou pessoas que jamais imaginamos... Ou conhecemos". — Isabelle González.
Isabelle
Mais uma manhã e mais um dia que estou neste calabouço nojento, não aguento mais ficar neste lugar e me sentir tão suja que nem este chão molhado com palhas. Acho que até os ratos estão mais limpos do que eu, nunca senti tanta falta de um banho como que estou sentindo nestes últimos tempos.
Já não sei a quanto tempo que estou neste lugar, os guardas nunca trouxeram nada para beber ou comer e tenho certeza que estão seguindo ordens daquela mulher. Só não morri de fome até hoje, porque todas as noites o Lorde Isaac traz algo para me alimentar. E ele faz isso na troca de guardas, que são exatamente cinco minutos e então ele tem que ser bem rápido.
Eu devo a minha vida à ele, sei que não teve culpa da decisão de sua mãe de me colocar neste lugar sem nenhum motivo plausível. Apesar que agora entendi como o povo viam as prostitutas e a forma que as tratavam, basicamente as vêem da mesma forma que um bandido ou um assassino, acho que no meu século são um pouco mais respeitadas.
Nunca me senti tão ofendida quando aquela mulher que o Isaac tem a infelicidade de ter como mãe, me chamou de meretriz e me olhou como se fosse um bicho asqueroso. Como um homem tão bom pode ser filho de uma pessoa tão preconceituosa e que os poucos segundos que a vi, percebi o quão sombria que aparenta ser.
Só sei que quando sair deste lugar nojento, irei correndo para fora do castelo para poder sentir os raios solares que tanto sinto falta. Só sei que é dia, tarde ou noite, por conta das trocas de guardas que acontecem três vezes todos os dias. Já que não tem janelas e os calabouços ficam no subsolo do castelo, sei que não estou sozinha nestes corredores escuros, porque já ouvi os gritos de misericórdia de outros prisioneiros.
Passo a maior parte do tempo, buscando entender como que fui parar neste século já que agora estou sozinha e não estou fazendo nada que acabe me distraindo como era antes. Não sei se sou humana ou se algum ser de outro planeta ou dimensão, me teletransportou para cá e queria saber se tinha algum motivo aparente também.
Bom, espero um dia ter a chance de obter pelo menos uma resposta de uma das perguntas que não param de me atormentar desde então. Se tem uma coisa que não quero que aconteça é que eu nunca mais volte para o século XXI e acabe morrendo nesta era.
Eu gosto muito das pessoas que conheci nesta época, mas sinto muita falta da minha família e principalmente, dos meus pais que devem estar super preocupados comigo. E aposto que devem estar me procurando em cada parte do nosso país ou até em outros também.
O que eu mais quero é poder voltar pra casa, mas não sei como e provavelmente, não conseguirei fazer isso sozinha. O meu maior desafio será de encontrar alguém que saiba ou se eu conseguir achar alguém que me trouxe para cá. O dia que encontrar pelo menos um deles, irei fazer várias perguntas e é claro que farei isso, após batê-lo muito antes.
E quando conseguir voltar, irei sair correndo para abraçar os meus pais e pedir desculpas por ter tornado as vidas deles um inferno por conta do meu sumiço repentino. Depois, irei comer aquela comida maravilhosa que só a minha mãe sabe fazer e com isso, deitar na cama macia, já que não aguento mais dormir nesse chão duro.
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The Best Of Both Worlds
Ficción históricaLIVRO 01 DA TRILOGIA "THE TIME TRAVELERS" Isabelle González é uma médica pediátrica de Seattle, era uma jovem de descendência mexicana e passou a maior parte de sua vida dedicando aos estudos até se formar. E sempre acreditou que era uma pessoa com...