CAPíTILO XVIII

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Pedro

Realmente valeu a pena matar Breno? Naquela situação, o menino sabia a resposta. Sim. Definitamente, sim. Afinal... Amizade é amizade, negocios a parte.

Ele encara friamente o corpo sem vida.

-" A culpa não foi minha se ele veio com o cu curioso. "- Diz dando de ombros. E então, seu olhar volta-se a porta onde Japa entrava.

-" Cara, isso tudo foi necessário mesmo? Porque você apenas não deu um tiro nele? "-

-" Ah, eu não sou acostumado a matar rápido. Desculpa. "-

-" Que seja, mas agora temos outro corpo para nos livrar. E olha, você não sabe oque Felipe fez! "-

-" Oque aquele doido fez dessa vez? "-

-" Ele matou Hélio! "- Um silêncio é estabelecido. Ambos se encaram, a procura de uma resposta.

-" Até que enfim! "- Pedro fala por fim. Japa suspira, coçando a cabeça.

-" Nossa vida era tão mais simples né? Antes de aceitar entrar na facção... "-

-" Sim, mas eles literalmente nos salvaram. Depois daquela noite... "-

-" Estariamos mortos, eu sei. "-

-" Mas porra, você tinha que querer roubar logo o chefe do bagulho todo? "- Pedro diz o olhando. -" Nem vem me dar bronca! Você não só topou, como se encarregou de fazer o plano! "- Se defende.

-" Os amigos estão aí pra isso né... "- Pedro ri com seu comentário. -" E pensar que a gente só ia naquele cassino ein? Quando vimos, estavamos deitados no chão com dois grandalhões e uma arma nas nossas cabeças.

-" Verdade, Pedro. E que irônico, se você não tivesse chamado eles de medrosos filhos da puta, a gente não teria conhecido o chefe. "-

-" Eu sempre digo e repito: A força do peteleco sempre esteve comigo. "-

-" Você tem problemas, cara. "- Japa ri

-" Todos nós temos... "- Pedro também ri

Um outro silêncio é formado. Felizmente é cortado com mais rapidez que o primeiro.

-" Então, me ajuda a por o corpo no freezer? Depois eu decido como me livrar dele. "- Japa concorda. -" E aproveita pra olhar a carteira dele, sei lá... "-

-" Ter matado o homem não foi o bastante não? Vai roubar também? "-

-" Olha, eu só tô afim de ganhar uma gorjeta, nada demais. "- Pedro se defende jogando as mãos para trás. Japa corre sua mão que já estava com a luva para o bolso do morto, e tira de lá uma carta.

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Alice acha que eu morri a anos. A mais de uma decada sendo exata.

Eu precisei fazer isso, sabe? Minha filha ficaria melhor sem mim. Então eu fingi que sofri o acidente, e fiz a Martha contar a mesma história de sempre. "Sua mãe estava muito doente". Dizem que de tanto se contar uma mentira, ela se torna real. Pelo menos que tenha se tornado real na cabeça dela.

Eu não poderia ser mãe. Não com dezessete anos! Aquele jogador de merda, me comeu por noites e me tirou tudo.

Eu amo minha menina. Fiquei quatro anos ao seu lado, mas eu não consegui mais. Por favor Breno, eu imploro que me diga como ela está. Mande fotos, qualquer coisa!

Ass: Verônica Luna

Alemanha- xxxx-xxxxx

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-" Mas que porra... "-

Alice

-" E então, vai contar ou não quem você é? "-

A garota estava visivelmente assustada. Entretanto, ela se esforça para disfarçar esse sentimento pertubado.

-" Digamos que eu seja a fada madrinha de Elaine. Eu estou com ela desde que ela foi concebida. Eu guiei aquela menina, cada passo dela... Para que no fim, ela se torne... "- Ele parecia calcular suas palavras com cuidado.

-" Alguém melhor. "- Ele completa, sorrindo.

-" Você não parece ser um anjo da guarda. "- Ela dispara.

-" Nem todos tem como proteção um anjo da guarda. Olha, eu sei que tanto você quanto os outros acham Elaine bizarra... Sem sentimentos... Mas eu estou aqui para tirar suas dúvidas... "-

-" Não é como se achassemos ela bizarra! Ela apenas acordou um pouco... Mudada... Me diga, ela sabe que você existe? Ela já viu você? "-

-" Ela já fez bem mais que me ver, menina. "- A criatura em um rápido movimento sobe em cima de Alice, a encarando com um sorriso sádico. A garota assustada o encara de volta.

-" Não se preocupe, humana... A minha raça não pode fazer nada sem a permissão humana... "- Ele se afasta

-" Você esteve envolvido no coma dela? "-

-" Eu fiz ela entrar em coma. "-

-" Pra que? E ela por acaso deu permissão? "-

-" Bem... Ela fez muito mais que isso... Digamos que agora, a alma dela está no inferno... Mas não se preocupe! Se me ajudar com que eu quero, eu ajudo a recuperar a alma! E assim, ela voltará a ser como antes. As lembranças... Tudo voltará! "-

-" Isso só pode ser um delirio... Porra, Felipe que se droga e eu fico chapada?"- Alice diz, tentando acordar, como se estivesse em algum sonho maluco.

-" Isso é real e você sabe! Vamos lá Alice, preciso que me ajude. Eu sei que você sempre acreditou no sobrenatural... Então pra que recuar na minha presença? "-

-" Eu sempre acreditei sim, mas é bem diferente quando... Bem, você apareceu do nada! "- Alice se lembra das histórias que ouvia de sua avó. "Se ver um demônio, procure o nome dele. Com o nome, terá poder sobre a criatura!" -" Qual seu nome? "-

-" Ben. "- Ele diz, simples e direto.

-" Eu ajudo você, com uma condição. "- Diz evitando olhar para ele. -" Que não encoste um dedo em mim, ou nos meus amigos. "-

O demônio sorri com a resposta da garota.

-" Então você me permite... Entrar na sua vida, e ter a sua ajuda? "-

-" Permito. "-

Fim da parte (2/3)

Eu amo patê de mostarda!

PecadosOnde histórias criam vida. Descubra agora