Seu corpo cai no frio chão, e tudo que a garota vê é um par de pernas vindo em sua direção.
Aqui, ao relento deste crepúsculo
que suave me banha, por sobre a água
começo a me olhar...
por sobre a água eu começo a chorar...
vejo ali naquela água minhas emoções
meus medos e minha dor...
enquanto a correnteza lentamente
leva a minha paz...
eu vejo que a água turva
me faz chorar...
chorar por que minha alma
vive a vagar...
enfim, nada mais vejo a não ser
este espelho d'água...Apavorada, a sua mãe liga para Tiago desesperada.
-" Tenha calma senhora, a primeira coisa a fazer é checar se Elaine está respirando. "- O médico diz do outro lado da linha, tenta a todo custo manter a calma da mulher
-" Senhor, eu escutei ela caindo eu fui tão tola de deixa-la sozinha! Porra, porquê eu fiz isso?"-
-" Vai ficar tudo bem. Agora diga-me, Consegue me dizer se o coração dela está acelerado? "-
-" Sim, bastante!"-
-" É provável que ela tenha se assustado com alguma coisa. Lembre-se que Elaine passou 18 meses em coma, o choque da realidade pode ser muito forte! Toda via não se preocupe, estou chegando ai em 5 minutos!"-
-" Oque eu faço enquanto isso? "-
-" Mantenha Elaine aquecida e fique ao lado dela."- A ligação se encerra por fim. Trêmula, ela observa o tenro corpo de sua filha esticado. Seus olhos avermelham-se, até que ela encontra uma pilha de cacos de vidros espalhados. Oque sua filha teria feito?
-" Será que ela se assustou com sua própria imagem? Mas ela não teve seqüelas físicas..."- Após olhar atentamente os detalhes de sua amada pupila, a mãe sente-se obrigada a limpar o quarto. O cabelo escuro de Elaine, era seguido por um par de olhos amarelados e sua pele grisalha não apresentava cicatriz alguma. Não fazia sentido algum, a garota se assustar com sua própria imagem!
-" Se não fosse pela merda do divórcio eu teria dinheiro suficiente para pagar um tratamento de linha para ela!"- A mulher chora copiosa, apertando a mão na vassoura que já reunirá os cacos. -" Aquele vigarista filho da puta, tirou quase tudo de mim! E agora eu nem sei se minha filha vai voltar a ser normal!"-
Ela encara o espelho quebrado, e segura um pedaço do mesmo. -" Eu não aguento mais. Eu não posso ficar mais aqui!"- Ela diz levantando a mão até a altura do seu peito, e fechando seus olhos com força.
-" Ma... Mãe... "- A mulher deixa cair o pedaço de vidro e corre na direção de sua filha. -" Querida me perdoe! Eu lhe deixei sozinha, e você está doente, pode me perdoar?"- Elaine pisca algumas vezes e se senta na cama. -" Eu não consigo entender as suas lágrimas. Porque está tão triste? "-
DING DONG
-" Oh, deve ser Tiago! Não saia daí querida, vou jogar esses cacos fora e ir atende-lo. "- Elaine lembra do que havia visto a poucos minutos atrás. Aquela criatura horrível, era ela? Uma voz familiar interrompe seus pensamentos, a levando a erguer a cabeça
-" Ratinha, como senti sua falta!"-
-" Ben?..."- Elaine arregala os olhos, tentando se afastar
-" Porque está fugindo do seu destino, rata? Parece que o tempo que eu lhe dei deixou você muito burra!"- A criatura aproxima-se da garota e cheira seu pescoço. Ele ri, ao perceber Elaine arrepiado-se e soltando um tímido gemido. Então, o mesmo a morde com muita força. Elaine o empurra devido a dor, e põe a mão no seu pescoço. Este sangra.
-" Em breve eu consumirei sua carne rata. Seu corpo agora, é um templo e sua alma está no inferno!"-
-" Oque aconteceu com você Elaine?"- Tiago entra apressado no quarto seguido de sua mãe. Enquanto faziam mil perguntas e tentavam chegar em algum bom senso Elaine percebe que eles não haviam notado a mordida, nem o sangue que está em sua mão. Como assim?
Ela se lembra do que Ben disse. Não consegue entender nada, deseja apenas voltar a dormir. A menina não estava triste, tão pouco sentia-se com raiva. Porém estava muito assustada e confusa.
35 horas depois
Elaine desce a escadaria e encontra uma garota desconhecida sentada no sofá de sua casa.
-" Elaine, você... "- A menina tinha o cabelo azul e uma blusa escrita "Cuidado, estamos em área de masculinidade frágil"
Elaine sente-se envolvida em um caloroso abraço. Não entendia oque estava acontecendo, mas não recusa o ato de afeto a ela dado.
-" Lembra de mim? Eu sou sua amiga, Alice! "- Elaine não se lembra dela. Apesar disso mente, sorrindo e acenando.
-" Puxa, você perdeu tanta coisa enquanto esteve fora! Venha, sua mãe e eu preparamos waffes para você!"- Elaine acompanha os rápidos passos de sua amiga
-" Então..."- Alice começa a falar enquanto a mãe servia os waffes.
-" Eu terminei com Alfonso. É, pode falar Elaine "eu te avisei Alice!"... Mas quer saber? Acho que foi melhor assim. Ele estava me traindo, e ainda me taxou de corna pra o bairro todo. Mas quer saber? Eu me vinguei!"-
-" Oque você fez...?"- Elaine morde o waffe, e delicia-se com a comida, mas encara sua amiga curiosa com o desfecho da história.
-" Digamos que Alfonso agora ficará um bom tempo sem poder se masturbar..."-
-" Queridas, eu vou na padaria. Pode ficar com Elaine, Alice?"-
-" Claro senhora Carolina."- Carolina pega sua bolsa, e sai da casa em passos trêmulos. Apesar de dizer que ia a padaria, ela vai a uma farmácia primeiro.
-" Bom dia, posso ajudar?"-
-" Sim. Eu quero esses remédios. "- O atendente pega o papel que a mulher segura.
-" Anti-depressivos, remédio para ansiedade, para dormir..."- Ele se impressiona ao ver o tamanho da lista, mas não ousa reclamar, afinal ela possuía presquição médica.
-" Um minuto senhora."-
O atendente vai a procura das fortes medicações, enquanto Carol passa a mão nas prateleiras. -" Elaine era muito vaidosa, acho que ela vai gostar se eu levar alguns produtos para ela..."-
Finalmente Carolina se retira da farmácia, indo em direção da padaria. Antes disso entretanto, ela vê 3 jovens garotos jogando bola juntos no mesmo parque que havia mostrado a sua filha dias atrás.
-" QUE ÓDIOOOO!"- Um deles grita. Carolina nota que a bola deles caiu na casa de um velho e rabugento senhor.
-" Pedro, você jogou então vai buscar."- Disse o garoto com a blusa escrita "É relativo". O outro menino, coça a cabeça e ri vendo os seus amigos.
A mulher vai na direção dos garotos, pretendia oferecer ajuda.
-" Com licença? Precisam de ajuda para pegar a bola, garotos?"-
-" Se precisassemos teriamos pedido."- Pedro fala, revirando os olhos. Carolina suspira, Não queria sentir raiva do menino chato.
-" Hey, ela só ofereceu ajuda. Se não for para você senhora..."- Um garoto de aparência Japonesa fala, apontando a casa.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Pecados
SpiritualEssa história contém linguagem imprópria, conteúdo e cenas para maiores. Não recomendado para menores de 16 anos! Uma história sobre amigos anormais, onde temos entre eles Um mentiroso Um garoto puto da vida Um médico ator Um alcoólatra Um físico...