As pessoas não entram na vida da gente por acaso, cada uma tem um motivo para estar nela, e o tempo de permanência é determinado justamente pela razão que a fez entrar. Então faremos parte da vida de alguém enquanto essa pessoa precisa da gente ou e...
Já estou aqui há três meses. Os noventa dias mais agonizantes da minha vida! É torturante estar fisicamente perto e emocionalmente distante da minha boneca. Por um lado, não sei se sinto alívio pelo tempo correr e o meu retorno à minha cidade estar cada vez mais próximo para que eu possa me afastar fisicamente dela, ou se será ainda pior. Se agora já ruim somente não a tocar como eu gostaria, imagino que não conseguir vê-la será insuportável!
Ainda me incomodo com a forma que Jordan a trata, mas mesmo relutante, percebi que ele a ama como um irmão, uma melhor amiga do sexo masculino, já que ele assumidamente é homossexual. Confesso que no início cheguei a pensar que ele era bissexual e nutria algum sentimento amoroso por ela, mas, como o tempo, percebi que era realmente só amizade, pura e genuína. Tenho ciência que foi uma escolha minha mantê-la distante, evitando uma aproximação romântica, mas não sei mais por quanto tempo irei suportar.
Nunca havia ouvido sequer um comentário sobre sua vida amorosa, sobre a existência de um possível namorado ou que ela tenha demonstrado qualquer interesse por um homem, até alguns dias atrás. Na ocasião, minha irmã ligou para informar que Clarissa está esperando uma menina e, por Deus, eu realmente espero que essa criança seja minha! Além de me fazer feliz por estar realizando um sonho de ter uma princesinha, ainda seria bem menos doloroso depois do que eles fizeram. Pelo menos assim, esses dez anos que passei com ela não seriam totalmente desperdiçados.
Lembroque nesse dia, quase mandei tudo pelos ares e me declarei para minha boneca,mas quando sai da minha sala para chamá-la e conversar, a ouvi chorosa aotelefone, dizendo que não estava se sentindo bem. Preferi deixá-la em paznaquele momento, pois a última frase que ela disse fez meu mundo desmoronar: também te amo Luigi.
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Acordo sobressaltado com o barulho insistente do celular. Fico alerta imediatamente e atendo, sem olhar de quem se trata.
— Alô?
— Lucca meu filho, sou eu, desculpa se te assustei. — Meu pai diz assim que atendo o telefone.
— Sem problema pai. Aconteceu alguma coisa?
— Aconteceu sim Lucca. Clarissa não se sentiu bem e deu entrada há pouco no hospital. Pensei em te avisar para o caso de você preferir estar presente.
— Algo errado com o bebê pai? — Digo preocupado.
— Ainda não sei meu filho. Mas acho que seria bom você vir, melhor que esteja por aqui caso algo ocorra.
— É cedo para ela nascer, mas irei de qualquer forma. Melhor prevenir. — Me levanto e vou em direção ao banheiro.
— Isso mesmo meu filho. Vou deixar você se organizar e, enquanto isso, tentarei ter notícias delas.