hábitos pt2

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Acordei com um incomodo imenso na barriga e levantei rápido para ir ao banheiro, levantei a tampa do vaso e vomitei ali mesmo, logo depois pude sentir uma mão em minhas costas fazendo um breve carinho.

- Coloca pra fora que é melhor - Ela diz.

- Pega água por favor - peço a mesma que se levanta e vai até a cozinha.

Me encosto perto do vaso e só aperto o botão de descarga.

Betty volta com uma garrafa de água e então se senta ao meu lado.

- O que você usou?

Soltei um suspiro e a encarei.

- Foi... Foi heroína. (n/a: não usem drogas crianças)

Ela me olhou com o semblante assustado.

- Relaxa ok? É a primeira vez, as outras tinham sido cogumelos alucinógenos.

- Você está me dizendo isso pra me acalmar? Porque sinceramente não tá ajudando.

- Foi mal tá bom? Primeira e última vez que eu uso essa merda.

- Essa e todas as outras né?

- Betty, por favor, essas drogas estão sendo as únicas coisas que me ajudam a escrever, então se vai continuar só me julgando pode ir embora, eu me viro, chamo o Archie qualquer coisa.

- Eu só estou preocupada.

- Nossa, seu interesse no meu bem estar surgiu só agora? Na hora de me trair com o meu melhor amigo você não pensou nas consequências, não pensou em como eu ficaria e nem sequer quis me ligar depois da faculdade, não me procurou nem nada, acho que seja pela sua nova vida feliz com o agente do FBI.

Em seu rosto agora tinha uma expressão triste, como se não estivesse esperando por aquilo. Suspirei e a encarei pensando nas minhas últimas palavras.

- Desculpa, é o estresse, não devia descontar tudo em você, além disso não tem culpa de seguir sua vida, eu também segui a minha, só que de uma forma mais dramática.

- Não tem que pedir desculpas, eu concordo em cada palavra que você disse.

Depois que ela disse isso ficamos num silêncio constrangedor até que foi interrompido pela campainha, eu ia me levantar porém Betty me impediu.

- Fica aí, vai que passa mal de novo, pode deixar que eu atendo.

Ela foi até a porta e me levantei para lavar a boca até que escuto uma voz familiar.

- Eu preciso falar com o Jones, ele está aí?

- Desculpa, ele não está em uma boa hora, mas aviso pra ele que você esteve aqui...

- Jessica.

Caramba, me ferrei.

- Ok então, tenha um bom dia - Disse Betty fechando a porta.

Ela veio até o banheiro e se encostou no batente da porta.

- Você conhece uma tal de... - Interrompi ela antes que terminasse.

- Jessica? Sim, ela... É minha ex.

- Ah.

- Nem ferrando que eu vou encontrar ela, essa mulher já me deu problemas demais.

- Como assim?

- Ela é escritora também mas nosso relacionamento era tóxico, brigávamos, reatavamos, saíamos pra farra, era uma coisa... Nada estável.

- Entendi.

- Bom, quer tomar café? - Digo saindo do banheiro e indo para a cozinha e abrindo a geladeira - Tem ovos e baicon, talvez tenha pão em um saco em cima da mesa e...

- Eu tô bem, mas obrigada.

Me virei pra ela que estava olhando para o seu redor.

- Não é o Pembroke, nem as casas do lado norte mas da pro gasto, além do mais... É mais espaçoso do que o antigo trailer do meu pai.

Ela sorriu me encarando e ficamos nessa troca de olhares, até sentir que estava ficando constrangedor.

- Bom, eu tenho que ir pra casa e depois trabalhar - Ela disse indo em direção a porta.

- Ah, claro - Falei indo atrás dela para abrir a porta.

- Senti sua falta, espero que pare de se drogar.

Sorri sem graça.

- Prometo que tento.

- Qualquer coisa me manda uma mensagem, não estou livre sempre mas quem sabe possa te ajudar com seu livro como nos velhos tempos?

- Gostei da idéia.

- Tenha um bom dia.

- Você também.

Ela andou um pouco mas parou quando eu ia fechar a porta.

- Tá tudo bem? - Perguntei.

Ela veio até mim e puxou meu rosto colando nossos lábios, fiquei sem reação mas logo depois levei minhas mãos para o seu pescoço aprofundando o beijo, ela desceu suas mãos para os meus ombros e segundos depois descolamos nossas bocas controlando a respiração.

- Precisava de você consciente pra fazer isso - ela disse ofegante ainda com os olhos fechados.

Soltei uma risadinha e ela desvencilhou suas mãos do meu corpo.

- Até algum dia Jug - Ela disse saindo da minha casa.

- Até.

Assim que fechei a porta refleti sobre o que aconteceu. Nós realmente nos beijamos ou faz parte de algum efeito da droga?

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Tava sem criatividade, desculpa

Não se esqueçam da estrelinha e se for possível comentem sobre o que acharam.

One shots - BugheadOnde histórias criam vida. Descubra agora