Capítulo 18

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Diaval

Já deitado em minha cama,pronto para dormir,porém há algo que me impede. Minha própria mente.

Desde que Malévola e eu "discutimos",ou melhor dizendo,ela partiu meu coração,eu não prego os olhos.

Dificilmente eu dormia,conseguia apenas quando meu corpo não aguentava mais de tanto cansaço,ou as vezes por efeitos de remédios.
Por mais que eu seja um corvo,esses remédios que Aurora havia me dado realmente funcionavam.

Ela não sai de minha mente,ela está me deixando louco.
Eu já perdi a conta de quantas vezes chorei por causa dela. Eu juro que se não fosse por Aurora e pelo seu bebê,eu já teria ido embora.

Eu estou magoado. Não consigo entender Malévola. Após eu me declarar para ela,ela me beija. E ela não me beijou só uma vez,foram duas. Depois ela simplesmente diz que não me ama e que nós nunca dariamos certo?

Ta,tudo bem que eu e ela sempre fomos servo e senhora e que isso a pegou de surpresa,mas se ela não me amasse,não teria me beijado,não é?

Por um lado eu a entendo. Entendo que ela tem traumas e também tem muitas responsabilidade. Mas o quê eu não consigo entender é que,quando ela se permitirá ser feliz?

É,eu acho que devo estar exagerando um pouco... eu a conheço á vinte e poucos anos.Eu deveria saber que Malévola tem suas inseguranças e que tem seu coração de " pedra".

A pouco tempo,Aurora e eu havíamos tido uma conversa na qual mexeu muito comigo e está mudando minha forma de pensar. Ela disse uma frase que está martelando em minha cabeça.

"Se o senhor realmente a ama,lute por ela,nem que seja a última coisa que faça. "

Aurora sempre estava ao meu lado quando mais precisava. Estava sempre me dando conselhos e fazendo-me dar sorrisos bobos. Aurora é um anjo para minha vida.

Eu não saia muito do meu quarto,saia no máximo duas vezes por dia. E a maioria das vezes,eu ficava no jardim.

Aquele jardim me trazia paz,me fazia esquecer de meus problemas por alguns instantes.

Já Malévola,mal via ela. Ela dificilmente sai do quarto e quando sai,mal olha pra mim. Eu tentava fazer o mesmo,mas era impossível.

Eu já estava cansado disso,estava cansado de nos tratarmos como se não nos conhecêssemos. Eu preciso fazer algo. Sei que isso é o quê menos importa para Malévola agora e que sua prioridade é a saúde de Aurora e nosso neto,assim como é minha prioridade também,mas isso já está cansativo. Até quando vamos nos ignorar? Até quando vamos dar o foda-se para os nossos sentimentos e dar razão á nossas mentes? E depois que o bebê de Aurora nascer? Malévola vai ficar arrasada,aí sim que ela não vai querer olhar na minha cara.

Eu vou conquistar aquela fada e vou amolecer aquele coração de pedra. Eu vou dar todo o amor,carinho e apoio que ela precisa.

Só me falta coragem.

Digo estar tão determinado a conquista-la,mas estou tremendo de nervoso pra amanhã.

Amanhã nós iremos passar o dia inteiro juntos e com Aurora arrumando as coisas para o seu bebê que nascerá por volta daqui a 2 meses.

O quê me faz esquecer um pouco esse nervosismo é a felicidade de minha filha.

Aurora está muito animada para amanhã e isso me deixa animado de uma certa forma,pois vê-la feliz me faz feliz.

Aurora sempre tentava me fazer entender que eu estava sendo egoísta com Malévola e só agora pude ver isso. A princesa disse que já conversou várias vezes com a mãe sobre o assunto e disse também que Malévola me ama.

Amar eu não sei,mas acho possível que Malévola se sinta atraída por mim. Pois quando ela havia dito aquelas coisas,pude ver em seu olhar que ela estava mentindo,que havia algo errado.
Pude sentir também no beijo. Senti que no último beijo que ela havia me dado,foi com paixão e sentimento.
Mas como sou bobo,ouvi minha mente que dizia que era tudo coisa da minha cabeça e que Malévola nunca iria me amar.

Mas é o que vamos ver!Eu vou conquista-la,se não,não me chamo Diaval.

Sem perceber,acabei dormindo com as luzes acesas.

Por incrível que pareça,nesse pouco tempo que dormi,dormi muito melhor que muitas noites aqui.

Acordei em um susto,sentindo um vento bem gelado e forte. Logo olhei para a sacada e pude perceber que a mesma estava aberta.

Merda,esqueci de fecha-la ontem de noite. Pensei.

O sol ainda não havia aparecido,então resolvi olhar o horário. Ainda eram 03:00 AM.

Levantei da minha cama e fechei a enorme porta de vidro da sacada.

Logo sai do meu quarto e fui para a cozinha pegar um copo de água.

Quando cheguei lá,fui surpreendido.

A fada das trevas,vulgo Malévola, estava de costas apoiada na bancada bebendo um copo de água.

Com medo,me aproximo.

-Olá, senhora. Falo coçando a cabeça.

Malévola nada disse,ainda de costas. Parecia não notar minha presença,ou apenas estava me ignorando.

-Senhora? Insisto e arrisco perder minha vida.

Logo a fada se vira pra mim com uma cara de surpresa. Acabo rindo de sua reação,mas logo tento disfarçar.

-Ah,olá Diaval. Não vi que estava aí. Disse largando seu copo na bancada.

-Vim beber um copo de água.

Me aproximo da fada ficando ao seu lado.
Ela parecia estar bem nervosa,então evitei encara-la para não deixar mais nervosa ainda.

-É... E-eu vou voltar para meu quarto,boa noite. Disse tentando se afastar,mas por reflexo a impedi pegando em sua mão.

Eu não sei como ela não me matou naquele exato momento,ela odeia toques.

-A gente precisa conversar,Malévola. Finalmente resolvo encara-la.

Ela suspira fundo,me encara e se solta da minha não.

-Me encontre em meu quarto,amanhã,no final do dia. Falou e logo saiu do local sem ao menos me dar uma chance de falar algo. Ela me surpreendeu com sua atitude,mas sabia que uma hora isso ia acontecer. E de qualquer forma,ela sempre me surpreende,ela é a Malévola.

Bebi minha água e fui para meu quarto.

Com muita dificuldade,adormeci.

I hate Loving youOnde histórias criam vida. Descubra agora