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- Você não pode ficar aqui! - O soldado veterano contesta quando tento passar pela porta que leva ao subsolo.

- Por favor, eu preciso tratar com uma pessoa. - Digo, sem o olhar.

- Eu ainda não poss-

O homem é interrompido pelo cano do rifle que coloco em seu pescoço. Sei que poderia arrumar problemas ameaçando um companheiro daquele jeito, mas agora nada é mais importante do que chegar até Yelena e descobrir o que ela fez com a minha irmãzinha. Apoio meu dedo sobre o gatilho e para a minha sorte, o soldado está assustado demais para perceber que a trava de segurança não foi puxada para trás.

- Eu preciso passar, a vida de uma garotinha depende disso. - Digo devagar, agora o encarando nos olhos. - Você vai abrir a porta para mim e fingir que não me viu.

Ele apenas assente rápido e várias vezes, as mãos trêmulas virando as chaves na fechadura e empurrando a porta, que se abriu devagar em um rangido. Recolhi novamente o rifle e passei pela porta, que escutei ser fechada atrás de mim logo em seguida. As celas mal iluminadas continham alguns prisioneiros de Marley, mas nenhum deles era Yelena. Chego até a última cela no fim do corredor, parando surpresa ao encontrar a porta aberta e o Capitão Levi junto a Erwin, ambos parecendo interrogar a mulher alta de braços cruzados na frente dele.

- Amarie? - Erwin se vira para mim, uma expressão de espanto pairando em seu rosto. Só então percebo que saí do quarto descalça e de pijama, preocupada demais com Lina. E que agora além disso, estou carregando uma arma. - O que aconteceu?

- Eu preciso falar com ela. - Olho para a mulher, que sorri assim que me vê ali. - Agora.

- Oe, oe, oe. - Levi se coloca na minha frente e ergue uma de suas mãos para mim. - Por que isso agora?

- Lina foi envenenada, ela está lá em cima com Hange ardendo em febre e tossindo sangue, sentindo dores horríveis. - Encaro o Capitão. - Depois de ter aceito doces de Yelena, que por acaso eram os favoritos da minha irmã. E apenas Ethan e Angela sabem disso além de mim.

Os olhos do Capitão se arregalam por um instante e encaram a mulher ainda sorridente por alguns instantes por cima do ombro. Erwin ao lado dele mantém os olhos fixos em mim, também parecendo incrédulo. Ignoro os dois homens e caminho por entre os dois até alcançar o outro lado do cubículo, erguendo a cabeça para encontrar Yelena.

- Eu achei que fosse demorar mais para fazer efeito. - Ela diz, divertida. - Na verdade, eu não achei que a menina seria estúpida ao ponto de comer aquilo.

- O que você deu para ela? - Rosno entre os dentes, cerrando os punhos ao lado do corpo.

- É um veneno muito especial, era usado em conflitos políticos antigamente e não existe um antídoto conhecido. - Yelena dá de ombros. - Apenas uma pessoa que conhecemos o tinha, acho que sabe de quem estamos falando. Zeke pediu a ela que nos cedesse o veneno... Gentilmente.

Meus órgãos se reviram dentro do meu corpo em ódio e desespero enquanto minhas mãos trêmulas puxam o rifle para frente, o engatilhando em seguida na direção da mulher que permanece imóvel. Praguejo em sua direção quando meu dedo encontra o gatilho mas sou impedida de acertar Yelena por causa da mão grande que segura o cano da arma e o puxa para cima, fazendo com que meu tiro acerte o teto de pedra, deixando um buraco sobre o mesmo.

Não tenho tempo para reagir quando a arma é tirada de mim por Erwin e jogada para longe. Em seguida, meus braços são mantidos para trás e não contenho minha vontade de avançar em Yelena e enfiar meus punhos em sue rosto até ficar irreconhecível.

- Amarie, não! - Erwin envolve os braços em torno de mim, me puxando para trás e dizendo próximo ao meu ouvido: - Ela tem informações importantes, não podemos deixar que a mate.

Lionheart I Erwin SmithOnde histórias criam vida. Descubra agora