Lionheart I Erwin Smith

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A sensação de calor que envolve meu corpo emanando tanto da água morna quanto dos braços de Erwin ao redor do meu corpo, aconchegado a mim enquanto aproveitamos o silêncio agradável que paira entre nós. O banheiro do Comandante é bem maior do que eu imaginava e a janela entreaberta deixa entrar os primeiros raios de sol do dia. A noite havia sido longa, de fato. Não consigo evitar de sorrir para mim mesma ao relembrar cada um de seus toques sobre mim. Um arrepio sutil corre sobre a minha pele como uma corrente elétrica quando sinto o abraço de Erwin ficar mais forte e ele me puxa para mais perto de si.

- Você está bem? - Pergunto, deixando que minha cabeça caia até se apoiar totalmente em seu ombro. Erwin resmunga e deixa um beijo demorado no topo da minha cabeça.

- Estou. Eu só estou... Preocupado. - Ele suspira pesado. - Muitos dos nossos vão morrer se essa guerra vier mesmo a acontecer.

- Muitos morrem desde sempre. A guerra só vai ser mais uma justificativa para isso. - Busco sua mão, entrelaçando os dedos grandes aos meus e os apertando. - Mas não fique preocupado.

- Ainda é uma guerra contra um inimigo maior do que nós, Amarie. - Erwin suspira novamente.

Em um movimento cuidadoso, ergo meu tronco e me viro de frente para Erwin, me sentando em seu colo de frente para ele, arfando por um instante ao sentir nossas intimidades se tocando por um momento. As mãos do Comandante se firmam na minha cintura assim como as minhas seguram seu rosto e me inclino para o beijar com calma. Não há nada que eu possa dizer a ele que diminua sua preocupação com a guerra, assim como essa palavra me assombra a todo momento em que fecho os olhos e me lembro dos feridos na linha de frente, imaginando que Erwin pode vir a ser um dos corpos sem vida que ficam amontoados nas trincheiras esperando que alguém os leve embora.

Tento afastar aqueles pensamentos e conter as lágrimas que ameaçam a descer pelo meu rosto quando me separo dos lábios de Erwin, o encarando nos olhos por alguns instantes. As orbes azuis me encaram com intensidade o suficiente para que eu acredite que podem ver até além da minha alma. Acaricio seu rosto por um instante, sentindo com as pontas dos dedos a pele áspera onde sua barba ameaçava começar a crescer e ele fecha os olhos por um instante, tombando a cabeça sobre minha mão.

- Não pense nessas coisas, Comandante. - Digo baixo e Erwin sorri por um breve instante antes de descer as mãos para o meu quadril, me guiando para cima. De súbito, sorri ao entender o que ele queria, buscando seu membro por debaixo da água morna da banheira, sentindo uma onda de calor s espalhar por entre as minhas pernas quando o encontrei.

- Não me chame assim quando estivermos sozinhos, White. - A voz rouca de Erwin chega aos meus ouvidos e o cômodo é preenchido pelo meu gemido arrastado quando o sinto me penetrar de uma vez só, as mãos se mantendo firmes sobre o meu quadril que começa a se mover devagar sobre ele, subindo e descendo, tirando do loiro uma expressão de prazer que seria digna de se tornar uma pintura.

Tudo o que preciso está exatamente aqui, em meus braços, afastando de mim toda e qualquer sensação ruim, fazendo com que a dor antes crescente em meu peito pareça diminuir. Sinto novamente os lábios de Erwin contra os meus enquanto ele se move dentro de mim e suspiro entre nosso beijo.

Não há guerra nesse mundo que me faria sair do seu lado.

Ano 854

Perco as contas de quantas vezes tive que me debruçar sobre a amurada da embarcação para vomitar. Meu estômago dói e me sinto tão fraca que ao menos consigo caminhar em linha reta assim que desembarcamos no porto de Liberio. Não havia sido o balanço sutil do barco sobre o mar que havia me causado tanto enjoo, mas sim a ansiedade que me corrói de dentro para fora com a simples ideia de estarmos aqui, de voltar a esse lugar depois de quatro anos. O medo de encontrar pessoas conhecidas como Robert e o receio ainda maior de não encontrar Angela faz com que eu pare de caminhar de súbito, atraindo os olhares do pequeno grupo.