¬ YOU ARE EVIL ¬

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Quando saio da enfermaria, encontro Ângelo que já acabou o seu treino, e nós dois seguimos para casa. Ele estaciona o carro, e eu saio e espero por ele para entrar em casa, e depois dele fechar a porta, nós começamos a subir as escadas para irmos para os nossos quartos.

- Espera. - ele agarra a minha mão me fazendo parar. - Escuta.

Eu olho em frente e uns gemidos ocupam o espaço e o barulho de uma cama a ranger também.

- Olha o barulhinho da cama renk renk.

Mal Ângelo termina de falar, altas gargalhadas saem dos nossos lábios, e eu agarro o meu estômago que começa a doer. Ângelo para de rir de repente e me olha.

- Sabes que se fosse algum de nós nesta situação, o nosso pai já estaria a invadir o quarto de forma brusca não sabes? - eu aceno.

- Sei sim, mas também fico feliz por eles, que ao fim de tantos anos de casamento não caíram na monotonia do mesmo, e mantém a chama acesa.

- Sim mana, e nós provavelmente ainda iremos ter mais um irmão.

Mais um riso sai do meus lábios e eu começo a subir as escadas, vendo Ângelo fazer o mesmo. Abri a porta do meu quarto, e olho Ângelo na porta do seu.

- JÁ ESTAMOS EM CASA, OUVIRAM? - ele berra alto.

- Tapem os ouvidos crianças. - o nosso pai grita e mais risos saem dos nossos lábios, e eu entro no quarto fechando a porta. Dispo a roupa deixando a mesma no chão, e entro no banheiro onde deixo que a água corra, e me jogo debaixo dela, e mal fecho os olhos, o acidente de Brando percorre a minha mente em loop.

Mal saio do duche, pego a toalha e enrolo o meu corpo nela, mesmo a tempo de ouvir o celular com a notificação de uma mensagem e mal lhe pego, vejo que a mesma é de Brando. Deslizo o dedo na tela, lendo a mesma que simplesmente diz que ele já está em casa e que está à minha espera seja qual for a minha decisão, o que me faz jogar o celular na cama mantendo a decisão de ir, mesmo estando extremamente chateada com ele.

Abro uma das gavetas e pego uma lingerie preta de renda, bastante decorada nos seios e que somente cobre uma parte da minha intimidade e agarro um vestido preto também, justo ao corpo e com um decote em V, e até meio das coxas.

Agarro a bolsa, e pego o celular chamando um uber e coloco o mesmo dentro da bolsa depois de confirmar a viagem e o resto, e abro a porta do quarto, notando que os gemidos já acabaram. Desço as escadas indo até à cozinha onde deixo um bilhete dizendo que fui passear e que talvez não irei jantar. Coloco o papel ao lado do de Ângelo, que também deixou recado avisando que vai jantar com Matteo. Saio de casa e vejo o uber a chegar e entro, olhando a rua enquanto ele faz o percurso até à casa de Brando. Mal chego, saio do carro e toco na campainha, e Marcus abre a porta me dando passagem.

- Oi. - ele fala e me abraça. - Ele está no quarto, cheio de dores e mal humorado mas não quer dar parte de fraco.

Eu aceno e me solto do seu abraço, e começo a subir as escadas e caminho até ao quarto que tão bem conheço. Abro a porta o vendo sentando na ponta da cama e quando ele ergue a face e me olha, um sorriso sarcástico aparece no seu rosto.

- Não tinhas algo mais curto para vestir? - ele fala de forma cínica.

- Eu vesti me para mim, e não para ti. - falo ao mesmo tempo que fecho a porta. Quando me viro ainda o vejo abanar a cabeça que não, e me aproximo dele mas ele não faz a mínima questão de se levantar para me cumprimentar.

- Já paraste com a birra?

Solto um riso. - Qual birra? A tua? Que não me podes ver a sorrir para o celular que pensas que estou a falar com outro? Que não confias em mim?

- Tu nunca me deste motivos para confiar em ti.

Evito de soltar um grito alto.

- SEMPRE CONFIEI EM TI, INCLUSIVE A MINHA VIRGINDADE E PRINCIPALMENTE QUANDO ME MENTISTE, DIZENDO QUE ESTAVAS A USAR CAMISINHA, E NÃO ESTAVAS E ME DEIXASTE SEMANAS A PENSAR QUE PODERIA ESTAR GRÁVIDA COM 17 ANOS BRANDO. Precisei de fazer um teste para me acalmar. Eu posso ter errado, mas tu erraste muito mais. Se o teu descuido tivesse corrido mal, eu teria a minha vida arruinada por tua culpa.

O vejo se levantar de forma furiosa. - TU SÓ DIZES ISSO POIS TENS MEDO DO TEU PAI, E NÃO PENSAS NOS SENTIMENTOS DE MAIS NINGUÉM A NÃO SER NOS TEUS.

- Tu que não pensas em mais ninguém a não ser em ti. - solto um riso. - Sabias que eu estava apaixonada por ti, e mesmo assim deixaste que a nossa relação falhasse pois ficaste encantado com Bárbara, e te envolveste com ela.

O vejo rir. - Nós nunca assumimos nada POIS TU ÉS MIMADA E QUE TEM MEDO DO PAI.

A magoa toma conta de mim, e eu encaro Brando.

- Eu sempre te apoiei, mesmo quando o teu pai não sabia se tu eras bom para a fórmula 1, eu te coloquei no meu grupo de amigos.

O riso alto dele corta a minha fala.

- Eu nunca precisei de ti Angel, para nada nem para ser alguém.

Deixo um soluço alto escapar dos meus lábios, assim como algumas lágrimas e só ouço a porta ser aberta e Marcus aparece.

- Já chega vocês os dois, os vossos gritos ouvem se lá em baixo, eu já ouvi mais do que devia e não vou deixar que o fato de vocês estarem de cabeça quente, estrague o que sentem um pelo outro.

- Se tens tanto medo das minhas fãs e da minha profissão. - Brando fala me olhando. - Eu posso dizer o mesmo de ti, que tens centenas de homens e mulheres atrás de ti.

Abro a boca rapidamente.

- JÁ DISSE QUE JÁ CHEGA. - Marcus berra e eu fecho a boca. - Calem se os dois.

Caminho até à porta mas paro antes de sair pela mesma e me viro, olhando para ele.

- Eu espero realmente de coração, que não recuperes a tempo da próxima corrida ou que tenhas um acidente pior. - mal termino de falar, o arrependimento bate pois a cara de decepção de Brando aparece.

- Anjo, não sejas ridícula ou mais do que já és. - ele fala de forma ríspida e sarcástica.

Antes que eu fale algo mais, sinto Marcus me puxar para fora do quarto e nós chegamos rapidamente à sala.

- Estás bem? - ele me pergunta e eu nego com a cabeça sentindo as lágrimas caírem com força. Ele me abraça fortemente.

- Eu vou voltar para casa. - sinto ele me soltar do abraço e saio da casa e volto a chamar um uber que não demora tempo nenhum. O tempo todo da viagem, as lágrimas continuam presentes e quando abro a porta de casa, agradeço por não estar ninguém no andar de baixo. Subo as escadas lentamente, até chegar ao meu quarto, abro a porta e a fecho, jogo a bolsa na cadeira e me deixo cair de barriga para baixo na cama, onde agarro o travesseiro chorando bem mais.

Eurovision 2 ¬ Damiano David Onde histórias criam vida. Descubra agora