Alfa

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Astrid não conseguia tirar os olhos dela, mesmo estando escuro, ela podia ver a silhueta da rainha Leona. Longos cabelos, enormes músculos e Astrid podia jurar que se Leona ficasse em pé bateria a cabeça no teto,  realmente, uma descrição digna de uma rainha.

-Saiam da frente, quero vê-los.

A voz alta e imponente soou pela cabana, um arrepio subiu pela espinha dos três, mesmo que a ordem não fosse para eles. As quatro guardas fazem uma breve reverência antes de abrirem caminho.

O silêncio reina por alguns segundos que mais pareceram horas para eles.

-Você...-Leona diz apontando para Verônica.-Você tem o cheiro de uma alfa, por tanto tem permissão para falar, já os outros dois, não ousem abrir a boca.-Eles não ousariam, se estar na presença de Leona era o suficiente para calá-los, uma ordem direta dela era apenas mais um incentivo.-Diga então, o que é tão importante pra vocês urbanas virem me incomodar?

-N-Nós...-A voz de Verônica falha e ela precisa parar por instante para se recompor.-Nós vimos humildemente pedir sua ajuda majestade, vocês devem ter sentido os tremores certo?

-Sentimos sim, uma parte da muralha e duas cabanas foram derrubadas por seja lá o que tenha causado esses terremotos, por que quer saber disso?

-As responsáveis por eles são as El Clonado.

-É claro que são elas, sempre que alguma coisa ruim acontece é coisa delas.

Leona deixa um longo suspiro escapar enquanto coça o queixo, tentando pensar em uma maneira de se livrar delas. Vendo isso, Verônica percebe que pedir a ajuda delas talvez não fosse tão difícil, com as palavras certas ela poderia convencê-la.

-Vejo que estão tendo problemas com elas também, talvez nós possamos te ajudar a lidar com elas...

-E como é que uso eu teria para um bando de urbanos? Olhem bem para minhas guerreiras, até as mais medíocres lutadoras de Temiscira são pelo menos vinte centímetros mais altas e têm corpos muito mais robustos que os seus, me digam, o que vocês tem que minhas guerreiras não tem?-Verônica sorri ao ouvir essa pergunta, eles tinham uma carta na manga que nenhuma delas tinha...

-Eu estou infiltrada nas El Clonado, sei bem como elas se comportam, seus planos futuros e tudo mais, eu acho que seríamos de grande ajuda.

Leona se levanta e caminha em direção a elas, finalmente revelando sua aparência.

Os longos cabelos dourados se misturando com a pele de leão que cobria sua cabeça, e pele bronzeada sendo escondida pelas simples vestes feitas com a pele de diversos animais, os olhos dourados os olhando como se soubesse do medo que lhes causava.

-E como vou saber se você não é uma espiã enviada por elas? Não espera que eu acredite apenas em sua palavra não é?

-Você sente o cheiro da mentira em mim?

A discussão já estava ganha, Verônica sabia que de todos os odores que exalava, o da mentira não era um deles. Leona a encarou por bons segundos antes de chegar a uma conclusão.

-Que seja, atacaremos em dois meses. Quero ver vocês treinando duro, não quero que minhas guerreiras façam todo o trabalho.-Leona dá as costas e o grupo já estava pronto para comemorar.-Aliás, você, fêmea dos cabelos grisalhos, qual é o seu nome?

-Astrid, majestade.

Tudo o que Astrid menos queria era ter que falar com Leona, não por não gostar da rainha, mas sim por ter medo de dizer alguma besteira e irritá-la. Leona fechou os olhos e inspirou fundo antes de anunciar:

Monster BoyOnde histórias criam vida. Descubra agora