Vlad Dracula Tepes

41 9 73
                                    

O som das patas da devora-homens ecoava pela floresta, o chão tremia conforme a criatura levava V em suas costas em direção ao castelo do lorde vampiro, Valery e Victória seguindo logo atrás. As armas prontas para destruir qualquer sanguessuga que se esgueirasse por detrás dos arbustos ou árvores.

Agora que tinha uma visão mais clara, V pôde analisar melhor a arma que Victória empunhava. A madeira lilás do cabo entalhada com o símbolo dos Tecelões parecia bastante pesada mas ela não parecia ter problemas para levantá-la, a lâmina na ponta tinha um formato meia lua crescente com o desenho de teia de aranha entalhada nela, Victória carregava uma alabarda guan dao que aparentemente pertencia aos Tecelões assim como Orenmir pertencia e, considerando que estava junto dela, foi separada junto com as Tecelãs.

—Você parece inquieta Valery, tem algo em sua mente?

A capitã apertava a âncora apoiada em seu ombro e tinha as sobrancelhas franzidas, parecia pensar em mil coisas enquanto seu corpo se mexia no automático. A pergunta do menor parecia ter a tirado de seu transe.

—Apesar de ser um vampiro o Dracula é alguém honrado, ele não tentaria nos matar de maneira tão ardilosa assim, acha mesmo que ter matado eles tenha sido uma ideia ruim, eles poderiam ter informações importantes.

—Eles atacaram primeiro, tínhamos que nos defender, um único arranhão é o suficiente pra nos transformar então todo cuidado é pouco...—V deitou-se contra o abdômen da devora-homens e apoiou a cabeça nos braços antes de continuar.—Mas devo concordar que isso tudo é estranho, talvez o Dracula possa tirar nossas dúvidas quanto a isso.

Os três haviam chegado ao castelo sem nem perceber, a bela arquitetura romena cobria o sol e parecia escurecer o céu da ilha em todo o seu esplendor, a porta da frente feita de uma madeira escura era entalhada de maneira elegante e imponente, o telhado era repleto de gárgulas com faces furiosas olhando para quem se atrevesse a invadir a casa de seu mestre e se isso não fosse aviso o suficiente, os vários esqueletos empalados em estacas espalhados pela entrada gritavam: FIQUEM LONGE!

—Algo me diz que o senhor Dracula teve que demitir o decorador real.—Mesmo a contra gosto, Valery acabou rindo e Victória teve que se segurar para não rir e acabar saindo do personagem.

—Só você pra fazer uma piada numa hora dessas.—Valery comenta antes deles se aproximarem do castelo.

O clima descontraído morreu assim que seus pés—e patas—pisaram no primeiro degrau. 

Mesmo na presença de uma aranha capaz de devorar pessoas, mesmo estando acompanhado de duas mulheres grandes e fortes, mesmo sendo bem capaz de se defender sozinho, mesmo sem nenhum motivo para temer por sua vida a atmosfera daquele castelo era opressiva, as gárgulas, os esqueletos, tudo nele fazia os instintos de sobrevivência deles dispararem os avisando para darem meia volta e nunca mais voltarem.

Mas mesmo com essa sensação pesada, eles tinham uma missão alí. Essa simplesmente não era uma opção.

V desceu das costas da sua amiga de oito patas e bateu na porta. Após alguns segundos de puro silêncio as portas se abriram sozinhas, dando visão à escuridão do interior do castelo.

Sem tirar os olhos daquele puro breu, ele segurou a cabeça da devora-homens e a apertou com força, ouviu-se o som de carne sendo esmagada e em meio à fumaça, Orenmir emergiu de onde a aranha estava.

—Bem que eu me perguntei onde estava a sua espada.—Valery comentou ao assistir a cena. 

Os três adentraram o castelo e se deixaram ser engolidos pela escuridão do lugar. As portas atrás deles se fecharam, seja lá o que fossem encontrar alí, eles não teriam para onde fugir.

Monster BoyOnde histórias criam vida. Descubra agora