A Primeira Missão

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Os dias passaram normalmente, isso se ter que lidar com os avanços pervertidos de Astrid todo final de tarde fosse considerado algo normal. Seu exoesqueleto cobria as marcas deixadas em sua pele por ela como se marcasse território e uma coisa era certa: Ele ficaria cercado por mulheres o dia todo.

Astrid sabia disso, V havia lhe contado sobre o Tríade, o lendário galeão responsável por afundar 40 navios sozinho. Mesmo negando até a morte, Astrid se encheu de ciúmes quando soube que a tripulação do Tríade era composta somente de mulheres, a maioria não tendo pisado em terra à dias.

Por mais que gostasse do lado protetor (e muitas vezes possessivo) de sua amada, V não podia negar que marcar seu corpo com mordidas e chupões fosse um pouco exagerado da parte dela... Não que ele estivesse reclamando...

Astrid protestou quando Valery veio o buscar para sua primeira missão, mas bastou um olhar suplicante de V para que ela cedesse. Os dois caminhavam pelas ruas de Nova York em silêncio, não havia muito o que conversarem, mas mesmo assim, Valery decidiu puxar assunto:

-Ela me lembra de mim quando estava na minha adolescência.-V a olhou de relance, teve medo de olhá-la diretamente, ela era muito intimidadora.-É seu primeiro relacionamento?

A forma casual e descontraída em que Valery se dirigia a ele era o suficiente para o tranquilizar, talvez fosse por todo o seu carisma que sua tripulação a admirava tanto.

-É sim, Astrid pode ser meio rude quando está enciumada, não ligue pra isso.

-Não se preocupe com isso, conheço bem esse tipo de comportamento e deixe-me dizer uma coisa...-Ela faz uma pausa para beber um gole de seu cantil de rum.-Ela não vai agir assim por muito mais tempo, ela tem medo de perder você mas é só ela ver que você a ama e o medo vai embora e leva o ciúme com ele.

Valery falava com tanta segurança que V podia sentir seu coração bater forte ao imaginar um futuro com uma Astrid mais madura.

O frio entrava pela janela, o inverno em Nova York sempre foi sua estação favorita e ele se perguntava quando teriam tempo de sair juntos para adimirar a cidade e a neve, ele não tinha tempo para contemplar a vista lá fora, as panelas borbulhavam no fogão e ele estava quase terminando. Foi então que o som da porta se abrindo soou pelo apartamento, ela havia chegado.

Em contraste com o frio de sua imaginação, o calor da realidade o trouxe de volta. Eles haviam chegado ao porto mas algo estava errado, um navio desconhecido e totalmente destruído estava onde o Tríade deveria estar, não só isso, ele estava em chamas.

-Era algum alvo de vocês?-V pergunta observando as chamas.

-Não, e ninguém seria tolo o bastante pra atacar o Tríade sozinho.

Vibração. Algo que todas as aranhas sentem quando algo se prende em suas teias é a vibração da seda quando a criatura se debate, Edgar lhe ensinou uma técnica para nunca ser pego de surpresa, criar cordas teias ao redor, tão finas e suaves que parecem ser  invisíveis, quando a seda mandar vibrações é porque algo está espreitando.

-Emboscada.-V havia espalhado teias a um raio de 20 metros a sua volta, e as vibrações começaram assim que avistaram o navio em chamas.

À sua volta, várias mulheres os cercaram armadas com espadas e pistolas, piratas.

-Maldito galeão, se soubéssemos que era o Tríade teríamos pedido mais grana agora olhe pra nossa fragata, em pedaços!-Exclamou a que parecia ser a capitã do navio em chamas.

-Até deixaríamos essa passar, mas isso foi uma humilhação! Vocês iram pagar pelos crimes da sua tripulação!-A audácia das piratas arrancou risos de Valery.

Monster BoyOnde histórias criam vida. Descubra agora