Preconceito, Dor e Liberdade

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V, Valery e Victoria saíram do elevador e se encaminharam até a sala de reunião onde Thereza, Bright e Hanako esperavam, sentaram-se todos à mesa e esperaram Bright terminar de ler alguns documentos para então conversarem.

A mesma lia os papéis com as sobrancelhas franzidas, algo de muito errado havia acontecido.

Não demorou até a mulher abaixar os papéis e soltar um suspiro cansado.

—Ótimo trabalho pessoal, vejo que além de terminarem o serviço e agradarem o Drácula também trouxeram um rosto novo.

Victória levantou e apertou a mão da mulher.

—Victória, Valery te falou sobre mim? 

—Sim, ela disse que você seria uma ótima candidata, depois falamos sobre o seu contrato, temos coisas mais urgentes no momento.—As duas se sentaram e Bright levantou os papéis que estava lendo para que todos vissem.—Lembram do assassinato daquele morador de rua que causou aquela onda de protestos mês passado? Alguém nos contratou pra resolver isso.

—Ouvi dizer que foi um crime motivado pelo ódio aos MBS, uma policial extremamente religiosa simplesmente decidiu espancar um MB de rua até a morte, eu ouvi.—V foi o primeiro a se manifestar, desviou o olhar rapidamente para Thereza, que diferente do habitual estava séria, bem séria, ele podia vê-la apertando o terço que a mesma carregava com força, V havia esquecido que além de uma mercenária ela também era uma fanática religiosa.

—Isso mesmo infelizmente, vocês sabem como a polícia de Nova York é, vivem defendendo as atitudes deploráveis de suas companheiras, dessa vez não foi diferente, ela nem ao menos foi afastada do cargo.—Bright parecia bastante estressada, baixou os documentos e respirou fundo.—Esse não é um trabalho fácil, fomos contratados pra dar um jeito nela, mas se descobrirem que foi um assassinato vão nos caçar feito um bando de animais, estava discutindo com as outras uma maneira de fazer isso sem nos comprometer mas ainda não chegamos em nada, alguma ideia?

—Eu poderia usar a minha âncora, só precisamos atrair ele pro mar.—A ideia de Valery provavelmente seria arrastá-la para o fundo do mar e fazê-la dormir com os peixes, V concluiu.

—Ainda iriam procurar pelo corpo na água, e apesar da âncora ser poderosa não há garantia que não deixe nenhum rastro pra ser seguido.

—Talvez possamos contratar algum bandido peixe pequeno pra simular um latrocínio, aí era só se livrar dele.—A ideia de Hanako também não era das melhores.

—Se um cadáver já chama atenção, dois só colocariam ainda mais suspeitas em um possível plano maior.—Bright desviou o olhar para a ruiva ao seu lado.—Alguma ideia Thereza?

A mesma apenas balança a cabeça em negação.

—Azhidal, você está bem quieto desde que chegou, tem alguma ideia?

—Sim, mas não é o que você espera, não precisamos fazer tudo na surdina, só temos que fazer ela confessar os próprios crimes.

—Iriamos precisar de muita chantagem ou intimidação pra isso, tem certeza que é a melhor opção? 

V analisou Thereza por um instante, analisou aquele terço que ela apertava com força, pelo o que ele entendia, Thereza acreditava que os MBS eram um presente de Deus, que foram enviados por ele para salvar as humanas da extinção, bastante diferente da maioria dos religiosos.

Mesmo não sendo extremas como as El Clonado, algumas pessoas religiosas ainda eram contra os MBS, muitas pregando que ao contrário do que Thereza achava os MBS eram demônios que vieram a terra para arrastar o que havia restado da humanidade para o inferno.

Monster BoyOnde histórias criam vida. Descubra agora