A Nova Ordem

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A chuva caía pesada lá fora, um trovão acordou o pequeno Matteo com um susto. Seu quarto era iluminado apenas pelo clarão dos raios, ele tinha medo da escuridão mas a luz e o som estrondoso o assustava mais ainda. Se levantou devagar vestindo as pantufas e caminhou até a porta em passos lentos, assim que saiu, outro estrondo rasgou o céu.

O menino cobriu os ouvidos e correu em direção ao quarto dos pais. Abriu a porta com urgência, buscaria abrigo sob os cobertores dos pais sim, ninguém o diria que estava grandinho demais para dormir com eles. Aquela tempestade era assustadora demais!

Mas só com outro clarão que ele percebeu: Seus pais não estavam ali...

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—Matteo.—O rapaz despertou de seus pensamentos com V o chamando.—Podemos contar com você?

—Meu alvo principal está morto, mas ainda não acabei, restam outros cinco alvos, vocês planejam matar todos eles, então por hora temos interesses em comum.—O Silludino respondeu sem emoção alguma na voz, era quase assustador a maneira como ele parecia e agia como uma máquina.

—Só espero que quando seus interesses já não forem os mesmos que os nossos você não decida nos esfaquear pelas costas.—Garren estava certo, todos tinham o mesmo receio desde o momento que V o apresentou ao resto do grupo, a maneira como ele descrevia as maiores atrocidades que já cometeu com tamanha naturalidade era assustadora.

—Vocês não tem o que temer a não ser que planejem se livrar de mim futuramente, nesse caso eu seria forçado a comer todos vocês.—Nessa hora até mesmo V sentiu um calafrio subir por sua espinha. É verdade, aquele diante deles não era um monstro "normal".

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Outro estrondo soou pela casa, mas este não era o estrondo de um trovão. Era o estrondo de alguém sendo empurrado violentamente contra uma parede, o pequeno Matteo desceu as escadas só a tempo de ver seu pai, seu amado pai...

Batendo o crânio de sua mãe violentamente contra o batente de madeira da porta da cozinha...

O olhar enraivecido daquele homem... Daquela coisa, não era o mesmo olhar da pessoa que o levava para longos passeios no parque, que assava os melhores biscoitos no café da manhã, que uma vez usou suas mãos sujas de sangue para enxugar suas lágrimas. Não, aquele olhar era de um assassino com sede de sangue.

A mulher já havia perdido a vida a muito tempo, mas Marquês não parou de esmagar seu crânio nem mesmo quando viu pedaços ensanguentados de sua cabeça espalhados pelo chão e pelas paredes, sua raiva era tanta que ele TINHA que descontar no cadáver.

Quando a raiva finalmente cessou e ele finalmente percebeu o que tinha feito, percebeu o sangue manchando suas mãos já era tarde demais, ela já estava morta e seu filho de pouco mais de três semanas havia ido junto.

Foi então que percebeu uma movimentação nas sombras, tinha mais alguém ali.

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—O que você disse que ele era mesmo V?—Gabriel perguntou quando Matteo saiu para resolver algumas pendências. V ponderou por alguns segundos, talvez se perguntando se era a melhor ideia revelar a verdade sobre o silludino.

—Já ouviu falar sobre os assimiladores?—Ele assentiu. V continuou—Monstros parasitas, eles se escondem no corpo de outros monstros absorvendo só o mínimo necessário para sobreviver e não serem descobertos, quando o hospedeiro morre esses monstros preservam suas consciências e trazem o corpo de volta à vida, eles se tornam outra espécie de monstro chamada simbionte.

Monster BoyOnde histórias criam vida. Descubra agora