Capítulo 12 - Chácara

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Então me ame agora ou deixe-me ir
Deixe-me sentir estes altos e baixos
Antes que as portas do meu coração se fechem
Toque-me alguém
Sou muito jovem para me sentir tão
Entorpecido, entorpecido, entorpecido,entorpecido
Você poderia ser a única a me fazer sentir algo

- Feel Something,Jaymes Young

Quando Jade olhou para meu corpo me senti realmente gostoso, porque qualquer uma me admirar está okay, agora até a Jade Coleman? Isso é uma tremenda novidade

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Quando Jade olhou para meu corpo me senti realmente gostoso, porque qualquer uma me admirar está okay, agora até a Jade Coleman? Isso é uma tremenda novidade. Porém, a minha decepção maior foi perceber que ela não estava admirando nada e sim observando os machucados pelo meu corpo.

— Me responde, Matthew! Foi ele que fez isso em você? — Jade insiste.

— Ele quem? — dou meia volta e me sento na areia, tentando pensar em como eu vou sair dessa situação sem metê-la nisso.

— Seu pai.

O flashback da última "conversa" que eu tive com ele se passa em minha mente. É, como eu poderia mentir para a garota mais inteligente da escola?

Apenas assenti e abaixei a cabeça. Por vergonha. Por medo. E tristeza. Sem querer, Jade descobriu mais uma coisa sobre mim: além de eu não me dar bem com meu pai, eu sou vítima de agressão doméstica.

— Meu Deus, Matthew! — ela exclama e se senta ao meu lado. Jade começa a passar seu dedo indicador pelas minhas costas e eu sinto um arrepio por toda a espinha. — Por que seu pai fez isso?

— Quando minha mãe morreu, eu me tornei depressivo e muito fechado, e quase não dirigia a palavra para meu pai por conta do medo e da mágoa que me consumia... mas quando eu comecei a beber, a coisa toda mudou. Eu fiquei mais agressivo, e foi assim que comecei a descontar toda minha raiva. Eu chegava em casa embriagado e qualquer coisinha que meu pai falava eu retrucava, e isso sempre dava em merda depois. Meu pai nunca gostou de ser desrespeitado, não importa se fosse o presidente ou o Papa, meu pai nunca abaixou a cabeça para ninguém, e não ia ser com o filho dele que essa realidade ia mudar. Quando eu gritei com meu pai pela primeira vez, ele me deu um soco tão forte que me derrubou... e ele não parou. Subiu em cima de mim e continuou dando socos no mesmo lugar até os empregados o tirarem de cima de mim. — meus olhos se enchem de lágrimas ao lembrar da cena. E da dor. — Foi horrível, eu fiquei uma semana sem ir a escola esperando o machucado amenizar. Mas isso não me parou! Só me incentivou a beber mais para esquecer os problemas e descontar minha raiva, e ao menos uma vez na semana nós arranjávamos algum motivo para sair no soco. Eu deposito toda minha força, para assim lutarmos por igual, mas geralmente eu sempre saio mais machucado, pois meu pai sabe como imobilizar alguém, e principalmente sabe onde machucar. Minha saída para disfarçar tudo é por muito gelo no machucado, e Becca às vezes passava maquiagem para esconder.

— Espera aí! Então seu pai simplesmente te espanca porque você o provoca, e a Becca, assim como seus empregados, sabem de tudo e nunca fizeram nada?

Para onde os corações quebrados fogem?Onde histórias criam vida. Descubra agora