Então você não vai viajar comigo, viajar comigo?
Ver onde essa coisa vai
Se está destinado a acontecer, acontecerá, acontecerá
Amor, se está destinado a acontecer- Mean To Be, Bebe Rexha
Aceitar pegar na mão do Matthew, provavelmente, foi uma das minhas piores escolhas já feitas.
Ele me puxou para a garagem da escola às pressas, com medo de sermos flagrados, e só parou quando chegamos em frente ao seu carro. Eu me impressiono com a confiança dos pais dele em presenteá-lo com um carro de alto nível só para ele ir à escola. Meus pais não têm um carro para eles, imagina para mim! Por isso eu sempre pego ônibus ou vou de bicicleta quando não acordo afim de ser esmagada no transporte público às seis da manhã.
Moramos no maior país da América do Sul, o Brasil, mas tanto eu quanto Matthew temos descendência estrangeira (isso explica o sobrenome Bennett e Coleman). O Brasil em um país rico em cultura, é em maior parte tropical, com sistema democrático e sem dúvidas segue o modelo capitalista, mas se for para falar de conduta, é importante ressaltar que há certas regras que impedem dois adolescentes de fugirem por aí com um carro. Ainda não foi criada uma lei que permita que menores de 18 anos tirem habilitação para dirigir, mas é óbvio que isso não impede os adolescentes de pisar no acelerador de vez em quando. Brasileiros não gostam de obedecer regras.
Senti certa hesitação da parte do Matthew na hora de pedir para eu entrar no carro, como se eu fosse a última pessoa do mundo que pudesse entrar ali — o que talvez seja verdade, nunca nem me imaginei dentro da sua BMW, e sim, como todos os filhinhos de papai, o Bennett tem uma BMW que custa mais de 170mil —, mas ele apenas entrou primeiro e ficou me esperando fazer o mesmo, então sentei no banco da frente e saímos às escondidas.
Nos primeiros minutos foi pura adrenalina. Ao virar a esquina, Matthew pisou fundo no acelerador e eu me assustei com tamanha potência do veículo, mas aproveitei o momento para abaixar os vidros e sentir o vento em meu rosto, e nós dois gritamos como se não estivéssemos saindo da escola, e sim de um presídio. Foi aliviador. Mas, alguns metros mais longe, toda a euforia acabou e o arrependimento bateu assim que eu olhei para o lado e vi Matthew com os cabelos castanhos ao vento, os olhos azuis piscina fisgando a estrada e os braços brancos e fortes segurando firmemente o volante.
Não somos próximos. Apesar de nos conhecermos a poucos meses, 90% dos momentos em que conversamos acabou em brigas e implicâncias um com o outro. O que eu estou fazendo ao lado de um homem desse?
— Ok, isso é loucura. Não vou fugir com você. Faça o retorno e vamos voltar para a escola.
Matthew desvia o olhar da direção para me olhar com aquela expressão de "eu não te suporto, por favor, fique calada".
— Finalmente, a garota politicamente correta voltou. — ele ignora o que eu disse e continua focado na estrada.
Começamos a discutir sobre ser uma péssima ideia e não fazer sentido, até que Matthew realmente se estressa e freia o carro bruscamente, me fazendo quase bater com a cabeça no vidro pois eu estava sem cinto de segurança. Meu sangue ferve e eu o encaro com indignação.
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Para onde os corações quebrados fogem?
Ficção Adolescente#1 em romance colegial Você fugiria com a pessoa que odeia? Jade e Matthew pensaram que nunca iriam se dar bem, nem na escola e nem fora dela. Nerd e popular, burguesia e subúrbio, introversão e extroversão: as diferenças causavam tantas desavenças...