35 - A verdade

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Te dei cada pedaço de mim
Não é à toa que está faltando
Não sei como ficar tão perto de alguém tão distante
E tudo que eu te dei se foi
E tudo que eu te dei se foi
Desabou como se fosse pedra
Achei que tínhamos construído uma dinastia que o céu não poderia abalar

- Dynasty, MIIA

 Eu não dormi bem nessa noite

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Eu não dormi bem nessa noite. Não sei se foi a alegria de finalmente estar namorando a Jade Coleman, se foi a ansiedade para visitar o Sr. Bennett na prisão e ouvir o que ele tem a dizer sobre minha mãe, ou se foi os dois motivos, mas eu acordei umas três vezes durante a noite e só conseguia pensar nessas duas coisas.

Eu queria não ligar para mais nada além do meu relacionamento com a Jade, mas poxa, a Cassandra disse que ele tem algo a me contar sobre a minha MÃE, então não tem como ignorar e deixar para lá. Eu não consigo!

Cassandra foi uma vaca ao usar o nome da minha mãe para me convencer a ir visitar o Sr. Bennett na prisão, mas se isso foi apenas uma isca para me atrair até lá, eu tenho que admitir que funcionou. Estou tão curioso que decidi faltar a escola para ir logo para a penitenciária e descobrir tudo.

Após terminar de me arrumar, mandei mensagem para Cassandra vir me buscar e me despedir do Sr. Léo e da Julie, que estavam saindo para ir à escola.

— Tem certeza que vai visitá-lo ao invés de ir estudar? — Sr. Léo pergunta. — Eu posso te levar lá depois da escola!

— Sim, tenho certeza. Eu preciso saber logo o que ele tem para falar sobre minha mãe! — olho para Julie — Por favor, avise a Jade!

— Pode deixar. Feliz aniversário de novo, Matt! — Julie me dá um breve abraço e entra dentro do carro.

— Feliz aniversário, Matthew. E tome cuidado! — Sr. Léo dá um beijo na minha testa — Qualquer coisa me liga, tá? Quero saber de tudo quando você voltar!

— Obrigado! — dou um abraço de despedida nele.

Não demora muito para a Cassandra chegar. Entro no seu Jeep Compass, presente que meu pai deu a ela no aniversário de casamento deles, e fico no banco de trás enquanto ela dirige (muito mal, por sinal!).

  Não gostamos de conversar um com o outro porque Cassandra sabe que se me atacar com as palavras eu também vou fazer o mesmo, então ela só me desejou feliz aniversário, eu agradeci e seguimos em silêncio durante todo o caminho.

Quando chegamos na penitenciária, passamos pela inspeção e fomos para a sala de visitas, um local esquisito e cheio de cabines, com uma janela de vidro que me permite ver o lado onde os presos ficam. Cassandra fica cerca de quatro metros longe de mim, e eu sento na cadeira e fico olhando para o outro lado do vidro, esperando o Sr. Bennett aparecer.

E ele vem. Com um uniforme laranja largo demais — cor que eu nunca o vi usando antes —, o cabelo desarrumado, barba por fazer e pulsos algemados, o homem que eu chamava de pai se senta à minha frente. O vidro me impede de tocá-lo e de até mesmo sentir o seu cheiro, mas eu acho que isso é uma coisa boa. Não quero outro tipo de contato com ele no momento.

Para onde os corações quebrados fogem?Onde histórias criam vida. Descubra agora