Capítulo 1

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Alexia narrando:

-Você deve estar completamente desorientada, não é? -Pegou em meu rosto e eu tentei faze-lo tirar as mãos de mim. -Eu imaginei que o sonífero era forte o suficiente para te deixar desacordada por algumas horas, -Passou a mão em minha testa, empurrando meu cabelo para trás. -só que acho que sua mente já está desperta o suficiente para você entender tudo o que eu vou dizer daqui pra frente.

Assim que ele tirou suas mãos de mim, minha cabeça caiu pra frente novamente e eu não tive forças para levanta-la.

-Primeiro de tudo, eu quero me desculpar. Entendo que eu fui completamente grosseiro contigo quando te puxei daquele jeito para o carro. -Coçou o nariz e começou a andar pelo cômodo. -No entanto, eu precisava fazer isso para que a Ayanna entendesse que não estou aqui de brincadeira.

Consegui erguer minha cabeça para ele mas o meu cabelo está me impossibilitando de enxergar as coisas ao meu redor.

-Você acredita que ela teve a audácia de se esconder durante esses 6 anos para simplesmente não me devolver tudo o que está me devendo? -Sorriu e se aproximou de mim mais uma vez. -Acontece, minha querida, que eu não esqueço de quem tem uma dívida comigo. -Segurou em meu cabelo e o puxou para trás, me forçando a te olhar. -Então eu vi vocês duas, juntinhas. -Sorriu mais uma vez. -E eu percebi que essa era a oportunidade perfeita para um acerto de contas.

Minha respiração começou a ficar pesada por conta do pano em minha boca e eu comecei a ficar desesperada.

-Até porque se vocês duas estavam juntas, então isso quer dizer que vocês se conheciam...

Neguei repetidas vezes e continuei tentando respirar.

-Então irei te deixar aqui comigo. -Começou a alisar a minha cabeça. -Até o dia em que eu enjoar da sua cara.

Senti um medo enorme tomar conta do meu corpo e tentei gritar, isso o fez rir.

-Espero que aproveite bem o seu novo quarto. Ele vai ser seu por muito, muito tempo. -Dito isso se levantou e começou a caminhar em direção a saída.

-Não, não, não, não. -Tentei dizer mas tudo o que saiu eram apenas palavras mal formadas.

Ele saiu e a escuridão tomou conta do lugar mais uma vez.

Zack narrando:

-Eu tenho que falar com você. Agora. -Falou assim que notou que eu não seria o primeiro a abrir a boca.

-Zack, entra. -Disse o senhor Gomes já dentro do carro.

-Por favor. -Insistiu.

Olhei para os dois e o pouco de sanidade dentro de mim respondeu.

-Eu tenho que fazer uma coisa. -Falei pra ele. -Encontro o senhor mais tarde.

(...)

-Zack. -Me chamou assim que eu já estava bem a sua frente na calçada. -Meu filho.

-Meu filho? -Me virei para ela. -Desde quando eu me tornei seu filho, hein? Porque pelo que eu saiba as mães de verdade não abandonam um filho de 3 anos de idade e depois faz ele acreditar que você estava morta esse tempo todo!

Ela respirou fundo e tentou me tocar.

-Olha, eu entendo a sua raiva. Entendo mesmo.

Puxei o meu braço assim que sua mão encostou nele.

-Mas será que a gente pode conversar em um lugar mais reservado?

Neguei e fiquei encarando seu rosto. Tão diferente do da foto. Seus cabelos que antes eram curtos agora estão até o meio das costas e a sua franja a deixou bem mais jovem do que provavelmente deve ser. Ela é bem mais alta do que imaginei e por incrível que pareça os nossos olhos são completamente idênticos.

Eu preciso de vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora