Capítulo 38

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Algumas horas já se passaram desde quando eu saí da escola. Eu e Zack não conversamos mais desde aquilo e a cada minuto que se passa eu me sinto mais mal por tudo isso. Acho que essa é a primeira vez que ficamos sem nos falar por tanto tempo desde que começamos a namorar.

Mas é claro que eu não posso forçá-lo a falar comigo, por mais que eu não entenda o motivo desse silêncio todo. Ele mesmo já sabia de tudo o que estava rolando entre mim e o Julian naquela época, por que é que resolveu bater o ciúmes justo agora? Será que ele não se deu conta ainda de que quem eu amo é ele e não o Julian?

Cheguei em frente ao prédio que antes pertencia ao meu pai e respirei fundo ao olhar para cima e não conseguir contar quantos andares há. Essa é a primeira vez que venho aqui, apesar de meu pai ter insistido tantas vezes antes e eu ter negado por precisar ficar estudando.

Se arrependimento matasse...

Se eu tivesse vindo aqui antes, com certeza não estaria tão perdida igual estou agora. Eu não sei nem em qual andar preciso ir.

Me aproximei da porta de vidro e ela se abriu automaticamente, fazendo um vento frio vir em minha direção. Aqui dentro é tudo extremamente chique e eu agradeci mentalmente por ter vindo com uma roupa mais formal. Eu quase nunca prendo o meu cabelo, não depois que aprendi a gostar dele do jeitinho que ele é, mas hoje decidi fazer isso e o arrumei em um coque no alto da cabeça, deixando um pouco da franja solta para eu não aparentar ser tão mais velha do que sou, mas também não ficar com cara de criança.

Até mesmo passei um pouco de maquiagem para transparecer que sou uma pessoa mais madura do que realmente sou.

Meu salto alto foi fazendo barulho conforme fui andando em direção ao balcão da recepção e não me deixei intimidar pelos olhares estranhos vindos dos funcionários.

-Com licença. -Falei assim que parei em frente à uma das recepcionistas. Ela está incrivelmente uniformizada e aparenta ser bem competente no que faz. -Eu gostaria de saber o andar do escritório do Sr. Gomes, por favor.

-Desculpa, mas isso não será possível. -Negou. -Há alguma outra pessoa que posso chamar para te ajudar?

-Na verdade, -Ajeitei minha postura. -meu nome é Alexia Gomes, eu sou filha do Sr. Gomes.

Sua postura vacilou por um momento mas logo tentou mostrar naturalidade.

-Ah, perdão Srta. Gomes. -Ela parece estar um pouco nervosa. -Eu não sabia que você viria hoje.

O nosso advogado deve ter comunicado a empresa que em algum momento eu apareceria por aqui.

-Tudo bem. -Sorri pra ela. -Será que você pode me informar, fazendo favor?

-É claro. -Pegou um cartão e me entregou. -O elevador fica à sua esquerda.

-Muito obrigada. -A agradeci e saí andando enquanto observava o cartão azul.

Em sua parte da frente está escrito o nome do meu pai e há um código de barras. Logo na parte de trás há um número grande colado. "20". Será que esse é o andar?

Bom, sendo ou não vou ir até ele.

Parei em frente ao maior elevador que já vi em minha vida e fiquei aguardando ele descer até aqui. Segundos depois eu entrei e fiquei fascinada ao notar que as paredes são de vidro. Como que eu nunca havia me dado a oportunidade de ter vindo aqui antes?

Meu pai tinha razão quando dizia que eu ia amar esse lugar.

Entrei e apertei no vigésimo andar. Conforme o elevador começou a subir, consegui enxergar as salas do outro lado do prédio através da transparência. Há tantas pessoas por aqui, todas parecendo estar bem focadas em sua função.

Eu preciso de vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora