Capítulo 13

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Afastei o celular do ouvido aos poucos e senti meu coração acelerando. O Stefan?

-Zack, o que foi? -Alyssa pegou em meu braço mas eu não consegui encara-la.

Como isso é possível? Eu falei com ele há dois dias. Ele estava bem. Como pode estar morto agora?

-Zack! -Alyssa me sacudiu e pegou o celular de minha mão. -Guilherme, oi, sou eu Alyssa. O que aconteceu? -Ela ficou em silêncio enquanto escutava e eu foquei minha atenção no chão. Tudo isso deve ser um pesadelo. -O que? -Percebi que sua voz ficou abafada, como se ela tivesse tampado a boca com a mão. -Como isso aconteceu?

Me levantei da cadeira e comecei a caminhar pela sala de espera.

Não, não, não. É muita coisa. Como tudo isso pode estar acontecendo de uma vez? Eu preciso de um tempo. Preciso respirar. Preciso que as coisas voltem a ser como eram antes.

-Zack. -Alyssa me chamou e eu me virei em sua direção. -Como você está?

Não consegui abrir a boca para lhe responder e apenas neguei com a cabeça, desviando meu olhar do seu em seguida.

-Venha, vamos sentar um pouco. -Ela pegou em meu ombro e me forçou a abaixar, já que há uma cadeira bem aqui ao nosso lado. Me sentei e apoiei a cabeça nas mãos, fechando os olhos em seguida.

-Como...? -Foi a única coisa que consegui perguntar.

-Guilherme estava nervoso demais para conseguir me explicar certinho, mas pelo pouco que ele conseguiu falar, deu a entender que foi a polícia. Ele... ele estava no lugar em que a Alexia estava, Zack.

-Estava lá pra ajudar. -Estalei a língua e passei a mão pelo cabelo. -Ele estava lá só pra ajudar. -Me levantei e chutei a cadeira, fazendo Alyssa se levantar o mais rápido que conseguiu.

-Precisa se acalmar, Zack.

-Está tudo bem? -Uma enfermeira que estava passando nos perguntou.

-Sim. Tudo bem. Obrigada. -Alyssa respondeu.

Uma lágrima escorreu em meu rosto e eu me apressei para limpa-la.

-Vou pra casa. -Falei para ela e comecei a caminhar em direção a saída.

-Espera. -Alyssa correu até mim e parou em minha frente. -Me promete que não vai fazer nenhuma besteira.

Tentei passar por ela, mas a isso a fez segurar em meu braço.

-Me promete, Zack. -Tentou olhar em meus olhos.

-Não vou fazer nada. -Falei e soltei suas mãos de mim. -Agora me deixa, tá legal?

Voltei a caminhar e saí do hospital sem nem olhar para trás.

(...)

Agora deve ser em torno das 7 da manhã e eu sequer consegui pregar os olhos.

Logo após sair do hospital, vim direto para "casa" e encontrei Alysson sentada no sofá enquanto tomava um café. Ela já estava sabendo o que havia acontecido e disse que não conseguia mais dormir também, por isso poderia ficar me fazendo companhia se eu quisesse.

A verdade é que naquele momento eu não queria conversar com ninguém. A única coisa que precisava era ficar sozinho e tentar manter o controle de tudo. Então foi isso o que eu fiz. Disse a ela que precisava pensar mas agradeci a oferta.

Então eu fui para o quarto e permaneci deitado na cama encarando o teto durante um bom tempo.

Ao me lembrar de que deixei a Alexia sozinha lá no hospital, liguei para Valentina e lhe pedi para ficar lá por mim essa manhã. É claro que ela não discordou, e disse até que eu posso descansar tranquilo, já que ela pegou folga hoje e vai ficar o dia todo lá por mim.

Eu preciso de vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora