Já se passaram alguns minutos desde que eu voltei do quarto de meu pai. Zack está aqui comigo. Desde o momento em que entramos aqui ele está segurando a minha mão. Eu já parei de tremer e estou mais calma, mas é estranho pensar como tudo aconteceu muito rápido.
Minha psicóloga me explicou que é normal eu estar com os sentimentos a flor da pele, até porque tudo está começando a voltar a ser como era antes e eu estou me adaptando. Então todo aquele sentimento de culpa que veio a tona não foram de uma hora pra outra, e sim porque eu estava guardando inconscientemente dentro de mim há muito tempo.
Então ela pediu para eu aguardar algumas horas antes de voltar lá, pediu para eu permanecer aqui e conversar com Zack sobre coisas aleatórias para eu tentar distrair a cabeça.
-Fala alguma coisa. -Pedi. -Não aguento mais pensar no que pode acontecer naquela cirurgia.
Zack tirou sua atenção da Televisão e se virou para mim, abaixando o volume logo em seguida.
-Sobre o que quer falar? -Perguntou e alisou suavemente minha mão.
-Ah, eu não sei. -Falei e ele sorriu. -Me conta alguma coisa sobre a gente.
Ele olhou para baixo por alguns segundos antes de olhar novamente para mim animado.
-Teve uma vez que o seu pai te deixou de castigo no quarto e eu tive a brilhante ideia de ir te ver, só que pra isso acontecer eu teria que escalar pra chegar na sua janela. E bom, foi o que eu fiz. Eu escalei um andar inteiro pra poder te ver.
Sorri ao imaginar a cena e neguei com a cabeça.
-Você é doido.
-Faria tudo de novo se precisasse. -Deu de ombros.
-E o que aconteceu depois que você entrou no meu quarto? -Perguntei realmente curiosa. Eu nunca imaginei que faria uma coisa dessas.
-Bom... -Pigarreou e passou a mão no cabelo em seguida. -A gente ficou... é... digamos que a gente meio que ficou... aproveitando a figura corpórea um do outro. -Segurou o sorriso.
-Aproveitamos a figura corpórea um do outro? -Ri. -O que isso quer dizer?
-Então... quer dizer que a gente ficou se pegando. -Mordeu levemente o lábio.
Involuntariamente eu acabei engasgando com minha saliva e tive que me virar para o outro lado pra tentar me recuperar.
-Está tudo bem? -Perguntou rindo.
-É claro. -Consegui voltar a respirar. -Tudo muito bem. Mas deixa só eu te perguntar uma coisinha. -Olhei em seu olho e o encontrei se controlando para não rir. -A gente já... é...
-Sim. -Concordou. -Uma vez.
-Ah, meu Deus. -Coloquei a mão na boca e desviei meu olhar do seu. -Por que é que você não me contou antes? Como é que vou conseguir te olhar agora?
Zack riu e pegou em meu rosto, me fazendo olha-lo novamente.
-Está com vergonha? -Sorriu e eu senti minha bochecha esquentando.
Odeio quando isso acontece.
-Como queria que eu estivesse? Acabei de descobrir que somos mais íntimos do que eu imaginava. -Tirei a mão dele de mim e tampei meu rosto com as mãos.
-Ei, não precisa ficar assim. -Disse ainda rindo.
-Se continuar rindo, eu juro que dou um murro em você.
Isso o fez rir mais ainda e eu dei um tapa em seu braço.
-Para, Zack. -Tentei me segurar para não rir junto.
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Eu preciso de você
Teen FictionApós o desaparecimento de Alexia, Zack precisa aprender a lidar sozinho com muitas coisas. O reaparecimento de sua mãe, a prisão do seu pai, a escola e o principal, a ausência da pessoa que lhe ensinou o que é o amor. Alexia também precisa tentar se...