Capítulo 7

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Já se passaram algum tempo desde que Stefan esteve aqui dentro. Nós não pudemos conversar muito, já que não podíamos deixar na cara que nos conhecemos. Apesar de que ele mesmo disse que como aqueles três caras morreram, sobraram apenas ele, Carter e mais dois homens aqui na casa.

Stefan me contou também o motivo do porque está aqui. Desde o ano passado, Carter passou a lhe vender metanfetamina, e ele começou a vir aqui com frequência para comprar mais, o que é uma coisa que ele abomina, mas me disse que tem tentado largar o vício.

Assim que soube que Carter estava mantendo uma menina em cativeiro por uma dívida não paga, ele começou a relacionar tudo, já que disse que meu rosto estava estampado em diversos jornais. Então decidiu arriscar vir até aqui mais uma vez e fingiu estar disposto a ajuda-lo a me manter aqui.

Carter acreditou e agora ele está aqui.

Mesmo sem saber como, eu percebi que Stefan está sabendo de alguma coisa que eu não sei. Eu cheguei a pergunta-lo o que é que está acontecendo lá do lado de fora mas ele disse que não é uma boa hora para falarmos disso, mas assim que for o momento certo vai me contar.

É claro que eu praticamente o implorei para me falar de uma vez, só que não adiantou, então decidi deixar pra lá.

Agora eu estou aqui, no cômodo nojento e úmido que fico há uma semana e meia. Já se passaram dois dias desde a última vez que vi Stefan. Eu já não estou mais aguentando essa coisa em meu peito que me diz que alguma coisa aconteceu com ele.

Será que Carter descobriu que ele me conhece?

Será que o matou da mesma forma que matou Finn?

Falando em Finn, tenho sonhado com ele todos os dias. Praticamente todos os dias tenho acordado durante noite e vou correndo até um canto para vomitar. Me lembrar da bala adentrando sua cabeça...

O corpo dele foi tirado daqui enquanto eu estava apagada, graças àquele sonífero que foi me dado há 4 dias.

Ainda não consigo acreditar que isso aconteceu. Em um segundo Finn estava aqui, me ajudando, me dando o que comer, me animando, já em outro... ele simplesmente foi morto sem um pingo de dó. Carter o tirou a vida como se não fosse nada. Como se ele não tivesse uma família, pessoas que se importavam com ele.

Pensar nisso fez novamente meu estômago se embrulhar.

Nesses dois dias em que fiquei praticamente sozinha aqui dentro, eu aproveitei para procurar formas de escapar. O problema é que sequer possui uma janela aqui dentro. Não há nada. E está ficando cada vez mais difícil de continuar procurando, graças a fraqueza que venho sentindo constantemente. Tenho quase certeza de que emagreci uns 3 quilos.

A porta se escancarou e eu me virei assustada para lá. Suspirei ao ver Stefan entrando.

-Stefan. -Sorri levemente assim que ele entrou.

-Oi. -Falou e permaneceu perto da porta. -Vim para leva-la para tomar um banho.

-Como? -Perguntei sem acreditar.

-Consegui convencer Carter a deixar você se limpar. -Enfiou as mãos no bolso.

-Obrigada. -Praticamente sussurrei.

-Vem. -Estendeu a mão para mim. -Vou ter que segura-la para não levantar suspeitas.

Concordei e fui até ele. Assim que senti seus dedos sobre minha pele, quase o agradeci por aquilo também. Saímos daqui de dentro e demos de cara com um corredor. A claridade vindo das janelas fez eu fechar os olhos até me acostumar novamente. Há quanto tempo não vejo nada além da luz da lâmpada?

Eu preciso de vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora