Capítulo 6 - Medo

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Amanda On

Acordei essa manhã com uma dor de cabeça horrível, talvez seja por não estar me alimentando direito. Eu pensei em não ir trabalhar hoje, mas também não queria ficar em casa, então decidi ir. Abri a biblioteca no horário de sempre, aproveitei para organizar alguns livros, e devolver outros em seus devidos lugares. Pouco depois eu sentei em minha cadeira atrás do balcão e fiquei vendo alguns arquivos no computador. De repente me peguei pensando em Marcela, no nosso momento para ser mais exata, sentia como se eu tivesse sonhado com esse momento, era como se nunca tivesse acontecido. Como se eu sonhei a noite toda, e agora estou com esse sonho na cabeça. Fechei os olhos por alguns segundos e foi como se eu estivesse sentido os lábios dela nos meus. O meu medo era abri-los novamente e ver que realmente tudo isso não passou de uma mera imaginação, coisa da minha cabeça. Mas quando eu abri os olhos levei um leve susto ao ver Marcela debruçada no balcão olhando pra mim. Ela passou uma das mãos por entre os seus cabelos o jogando para trás e deu um leve sorriso de canto, era pro cabelo ficar bagunçado, mas automaticamente ele ficou exatamente como estava antes, sua franja intacta.

- Como consegue ser tão perfeita? Nem o seu cabelo sai da linha. - Pensei alto, e só percebi que havia pensado alto quando ela deu uma gargalhada gostosa.

- Estou longe de ser perfeita. - Comentou sorrindo.

- Está cedo pra estar aqui, não foi trabalhar hoje? - Indaguei mudando de assunto.

- Eu fui no dentista. - Respondeu abrindo um largo sorriso. Que sorriso lindo ela tem, também com todo esse cuidado.

- Entendi. - Disse desviando o olhar. - Marcela deu a volta no balcão e aproximou-se de mim, eu franzi o cenho confusa com sua atitude. Então ela sentou na beirada da minha mesa e ficou me olhando.

- Eu entrei e você estava em outro lugar, totalmente longe daqui, não quis atrapalhar sua brisa. - Revelou ainda me olhando.

- Eu... Aquilo aconteceu mesmo ontem? - Perguntei a olhando, precisava ouvir da boca dela, precisava da certeza de que eu não estou ficando louca. Ela então aproximou seus lábios dos meus, ficando a centímetros do meu rosto.

- É tão surreal assim? - Sussurrou.

- Preciso mesmo responder? - Devolvi com outra pergunta. E quando ela ia me beijar apoiei uma das mãos sobre seu peito e a afastei um pouco. - Alguém pode ver a gente.

- Eu não me importo, que vejam. - Respondeu ela, e colocando uma das mãos em meu rosto, primeiro senti um selinho, depois outro, então outro, e por fim ela deu início a um beijo calmo.

Eu queria beijá-la 24hrs, por mais que eu lutasse para acreditar que aquilo estava realmente acontecendo, era surreal. Quando ela interrompeu o beijo eu estava anestesiada ainda, completamente embriagada. Logo abri os olhos e me deparei com aqueles olhos azuis. As vezes mudavam de acordo com a iluminação e de acordo com seu humor também.

- Quer mesmo continuar com isso? - Deixei escapar.

- Mais do que nunca. - Respondeu me olhando e dando um leve sorriso.

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Me Recuso a Desistir 2 (Um Romance Lésbico) Onde histórias criam vida. Descubra agora