Capítulo 13 - Dias Ruins

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Marcela On

Eu havia pego o carro de um amigo pra poder levar Amanda pra dar uma volta, imaginei que a conversa com o pai não seria das melhores, mas até que foi tranquilo. Ela me surpreendeu bastante hoje, na volta eu a deixei levar o carro outra vez, ela cantava dessa vez “P!nk - Try”, eu cantava baixinho, pois estava adorando ouvir a voz dela, vê-la tão segura, demonstrando um ar de liberdade. Quando a música acabou, eu a olhei e disse:

- Onde há desejo, haverá uma chama. Onde há uma chama, alguém está sujeito a se queimar. Mas só porque queima, não significa que você vai morrer. Você tem que se levantar e tentar.

- Essa música dela é perfeita. - Comentou me olhando rápido enquanto dirigia. - É Amanda, você tem que se levantar e tentar sempre. - Murmurou para ela mesma. - Ok, tem um homem parado no seu portão. - Anunciou em seguida ao chegarmos, eu antes estava olhando para ela, mas ao ouvir isso, eu virei a cabeça na hora para ver, me deparando com meu pai. Amanda estacionou o carro com calma e desligou o mesmo em seguida, me olhando por fim.

- Mand’s, não me pergunte nada por agora, só faça uma coisa que vou te pedir. Eu vou sair do carro e você vai levá-lo com você, depois eu passo lá e pego, ou te ligo pra me buscar em algum lugar. - Pedi sem tirar os olhos dele.

- Mas a minha habilitação ficou em casa, eu não saio com ela, já que não uso. - Respondeu me olhando. Eu a olhei dando um leve riso.

- Devia sair com todos os seus documentos, é importante. Está aí mais uma surpresa, não sabia que já é habilitada... Leva o carro tá, eu te amo. - Disse abrindo a porta ao vê-lo aproximar-se.

- Quem é ele? - Questionou num tom de preocupação.

- Vai Mand’s. - Incentivei saindo do carro e batendo a porta. Vendo que sai, Amanda deu partida e saiu dali.

- Quem é Ela? Uma gracinha. - Murmurou ele ao chegar mais perto.

- Ninguém. - Respondi o encarando. - O que faz aqui? Hum?

- Eu vim visitar a minha filhona, esqueceu de mim? Isso é uma vergonha, quando pra te visitar eu tenho que seguir você dias antes pra encontrar o lugar em que se encontra agora. Alugou a casa? Achei que estivesse na rua ainda. - Especulava ele. - Eu posso entrar?

- Não. - Repreendi.

- Se eu não vou entrar, então vamos dar uma volta. - Resmungou indo até um caminhão baú pequeno que estava próximo da casa. Como eu não queria deixá-lo entrar em casa, resolvi ir, antes eu no caminhão que ele estava, que a propósito nem sei de onde é, do que eu deixá-lo entrar na minha casa. De onde eu estava eu já podia sentir o cheiro de bebida.

Minutos depois...

- Vai me dizer o que você quer? - Perguntei o olhando. Logo ele parou o veículo em um acostamento e me olhou.

- Fui lá na loja que você trabalhava pra te procurar, e me disseram que havia sido mandada embora. Você ficou muito tempo lá né? - Indagou, eu já sabia o que ele queria depois de ouvir isso, sabia muito bem onde ele queria chegar. - Sua casa parece bacana, você me parece bem. Deve ter recebido uma boa grana.

- Eu não vou te dar um centavo do que eu suei pra ter. - Respondi no mesmo instante.

- Eu sei que aquela garota é sua namoradinha, o que é um desperdício, porque ela é uma menina linda pra ficar por aí se esfregando com outra. Sei também que ela trabalha numa biblioteca. - Revelou. Ouvindo isso eu olhei para fora, precisava pensar, ninguém deve subestimar uma pessoa, o ser humano é capaz de muitas coisas que as vezes nem ele mesmo imagina. - E aí, o que vai ser? - Questionou, podia sentir ele me olhando.

Me Recuso a Desistir 2 (Um Romance Lésbico) Onde histórias criam vida. Descubra agora